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Polícia Federal indicia o ex-ministro Paulo Bernardo por corrupção

Por Agência O Globo

26/07/2016 17h26 — em
Brasil



SÃO PAULO — O ex-ministro do Planejamento e das Comunicações Paulo Bernardo foi indiciado pela Polícia Federal no âmbito da Operação Custo Brasil, por corrupção passiva e por integrar organização criminosa. Caberá ao Ministério Público Federal (MPF) decidir pela denúncia ou não contra o ex-ministro nos crimes a ele imputados pela PF.

O relatório com o pedido de indiciamento foi finalizado na última sexta-feira pela Polícia Federal e entregue à Justiça Federal. Além de Paulo Bernardo, foram indicados os ex-tesoureiros do PT Paulo Ferreira (por tráfico de influência e organização criminosa) e João Vaccari Neto (tráfico de influência, organização criminosa e lavagem de dinheiro).

De acordo com a PF, ao todo 22 pessoas foram indiciadas, 18 delas por integrar organização criminosa. O segundo principal tipo de indiciamento foi lavagem de dinheiro (13 indiciados). Oito pessoas foram indiciadas por corrupção ativa, três por corrupção passiva e cinco por lavagem de dinheiro.

O ex-ministro foi preso na Operação Custo Brasil em 23 de junho deste ano, por suspeita de receber R$ 7,1 milhões em propina da Consist - empresa de software beneficiada durante a gestão de Bernardo no Planejamento.

Graças a acordo assinado pelo governo com a associação de bancos e o sindicato de entidades de previdência privada, a Consist passou a atuar na administração de consignados na folha de pagamentos de servidores federais e a destinar parte de seu faturamento ao PT e pessoas indicadas pelo partido.

Parte dos lucros da Consist foram transferidos ao advogado Guilherme Gonçalves, de Curitiba, que de acordo com as investigações teria usado parte dos recursos para bancar despesas pessoais e eleitorais de Paulo Bernardo e sua esposa, a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR).

Em depoimento, Gonçalves confirmou o recebimento de recursos da Consist, mas negou ter usado os valores para pagar despesas de Paulo Bernardo e de sua esposa. O ex-ministro também negou ter participado do acordo que beneficiou a Consist no Ministério do Planejamento.

A advogada Verônica Sterman, que atende ao ex-ministro, disse não ter tido acesso ao relatório de indiciamento, mas divulgou nota em defesa do cliente:

"O ex-ministro Paulo Bernardo reitera que não participou ou teve qualquer ingerência na celebração ou manutenção do acordo de cooperação técnica celebrado autonomamente entre a Secretaria de Recursos Humanos do MPOG e as associações de Bancos e Previdência (ABBC e SINAPP). Também reitera que não recebeu qualquer quantia da Consist, direta ou indiretamente", escreveu.

Paulo Bernardo foi solto seis dias depois de sua prisão, por ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli. Ele responde ao processo em liberdade.


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