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NO TERREIRO DOS "LINSBOA"


Por Raimundo de Holanda

24/03/2014 0h08 — em
Bastidores da Política



Parlamentares começaram a se desentender  a respeito da administração do município de Fonte Boa. O deputado Wilson Lisboa denunciou que um convênio de R$ 10 milhões firmado com o Estado do Amazonas não está sendo cumprido pelo prefeito José Suediney de Souza Araújo, o Sué. “São dez milhões que estão sumindo pelo ralo. O governo repassou para a prefeitura, mas o prefeito não colocou até agora um palmo de asfalto”, disse. Já Belarmino Lins defendeu o prefeito, agradeceu pelo alerta, mas pediu que Lisboa chame a atenção e Sué, que é seu primo.

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Zé Ricardo, que não tem nada com a família fonteboense, propôs encaminhamento de denúncia ao MP e confirmou que  toda vez que vai a Fonte Boa "eu vejo o abandono da cidade”. Mas foi Sinésio Campos quem matou a charada: já que existe uma relação familiar entre Lisboa e Belão, a cidade deveria mudar o nome para Linsboa.

QUEM ESTÁ NO JOGO

O vice-governador José Melo, que assume em 5 de abril o comando do estado com a desincompatibilização do governador Omar Aziz, candidato ao Senado, vai disputar a  reeleição. Terá como adversários, além de Eduardo Braga, de quem foi secretário de governo, Herbet Amazonas (PSOL) e muito provavelmente Rebecca Garica (PP), Hissa Abrahão (PPS), Chico Preto (PMN) e ainda Marcelo Ramos (PSB). Muitos dos hoje pré-candidatos poderão desistir até junho, mês das convenções partidárias. 

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Além do custo da eleição - muito alto em um estado continental como o  Amazonas - terão peso nessa decisão  as composições partidárias, que vêm ocorrendo de cima para baixo, via diretório nacional dos partidos. Há também uma batalha ainda selenciosa  em curso  entre o vice-governador e o senador Edurdo Braga, visando  reforçar os times que colocarão nas ruas a partir de junho.

POR ONDE ANDA O NEGÃO...

Quem anda silencioso é o ex-prefeito Amazonino Mendes. Entre a possibilidade de ser candidato a deputado estadual - meta que ele mesmo traçou ao deixar a prefeitura de Manaus em 2012 - e disputar o Senado - a tentação de voar para  Brasília é grande. 

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Mas Amazonino é o tipo de caboco que não engole mosquito. Por isso anda calado. Por enquanto vai espiando, matreiro e cantarolando: "deixa a vida me levar..."

HÁ QUEM DUVIDE

O governador Omar Aziz tem exatos doze dias para deixar o governo, caso mantenha a sua disposição de disputar o Senado. Mas ontem ainda pairava dúvida de que  tomaria essa decisão: amigos do governador citam  três motivos para ele não sair: gosta de Manaus, detesta viajar de avião e não se dá bem com o clima de Brasília. 

O REBELDE DO PMDB

O partido da presidente Dilma continua com a missão de demover o líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha, da intenção de implodir a aliança de governo. Por aqui o PT continua mais rachado do que nunca, com suas tendências seguindo “caminhos diferentes”.  Lá o líder do PT na Câmara, Vicentinho,  foi escalado pra acalmar Cunha e já disse que não quer briga com o colega. “Primeiro, temos que respeitá-lo porque ele é hoje o líder do maior bloco na Câmara. Depois, não queremos acabar com o ‘blocão’. Queremos que ele venha para o nosso lado”.

ENQUANTO ISSO NO AMAZONAS...

Já por aqui, o líder na Assembleia, José Ricardo,  bate de todas as maneiras no governo estadual, enquanto seu colega Sinésio Campos lidera a bancada do governo fazendo a defesa.

INTERNET DE QUALIDADE NÃO CHEGA AQUI
                                                                             
Enquanto o Amazonas vive o eterno sofrimento da banda “estreita”, o governo do Amapá partiu para uma parceria ousada para ter no estado a internet banda larga de alta qualidade. A antiga reivindicação da população amapaense foi possível através de uma parceria entre a Oi e a Guiacom, empresa da Guiana Francesa. Ficou mais fácil acessar a rede via Guiana, do que se conectar ao sistema nacional. Manaus tem duas linhas, uma da Embratel e outra do Linhão de Tucuruí, mas a internet de qualidade ainda não foi mostrada nem na Arena Amazônia.
 

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Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.