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No Inpa, análise de DNA mostra a preferência alimentar de morcegos

Por Portal Do Holanda

18/04/2015 9h26 — em
Amazonas



Pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA/MCTI) investigaram os hábitos alimentares do morcego da espécie Desmodus rotundus,  mais conhecido como morcego-vampiro-comum, por meio da detecção do DNA das “vítimas” (animais sugados pelo vampiro) nas fezes do animal. O método foi desenvolvido no LabGen (Laboratório de Genética de Plantas do Inpa) e o estudo de campo foi realizado em comunidades ribeirinhas do rio Purus e médio rio Madeira (AM).

O pesquisador do Inpa Rogério Gribel, um dos autores do trabalho, conta que inicialmente o estudo envolveu uma fase experimental, ainda em Manaus, na qual alguns morcegos vampiros foram mantidos em cativeiro, alimentando-se por vários dias exclusivamente do sangue de uma de suas “vítimas” potenciais (galinha, porco, cachorro, boi ou humanos), visando a coleta das fezes dos morcegos.

Par tanto foi desenvolvido em laboratório, um protocolo utilizando ferramentas moleculares para detectar o DNA das “vitimas” nas amostras das fezes destes vampiros com dieta controlada”.
 

Após o desenvolvimento do protocolo de identificação do DNA nas fezes, partiu-se para o trabalho de campo, na região do rio Purus e médio Madeira, a fim de se investigar a preferência por espécies na alimentação dos morcegos, relata o pesquisador colaborador do instituto, Paulo Bobrowiec, doutor em Genética, Conservação e Biologia Evolutiva pelo Inpa.

O estudo demandou 47 noites de trabalho de campo em 18 comunidades ribeirinhas, onde foram capturados cerca de 160 vampiros com o intuito de descobrir quais eram seus hábitos alimentares na natureza. Os resultados indicaram o maior consumo de sangue de animais domésticos como galinhas e porcos e ausência de DNA humano e de animais silvestres (papagaio, arara, macaco, dentre outros) nas fezes dos vampiros caputrados.

Bobrowiec acrescenta que, a ausência de vestígios de DNA de animais selvagens nas amostras fecais dos morcegos foi um tanto intrigante, considerando que as comunidades ribeirinhas visitadas são cercadas por florestas com baixos níveis de perturbação humana. “Os animais domésticos e de criação chegaram à Amazônia só nos últimos séculos, isso sugere uma rápida adaptação comportamental para o ambiente antrópico, o que permitiu os morcegos vampiros explorá-los com sucesso”, explicou.

Foto/Divulgação

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