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Nível do rio Madeira, afluente do Amazonas, atinge nova mínima histórica

Por Folha de São Paulo

14/09/2024 20h45 — em
Variedades



SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - O nível do rio Madeira, um dos mais importantes afluentes do rio Amazonas, chegou a 41 cm às 12h deste sábado (14), menor marca desde 1967. A nova mínima histórica foi registrada na estação de Porto Velho (RO), segundo monitoramento do SGB (Serviço Geológico do Brasil).

A marca história acontece em meio à estiagem severa que afeta o rio Madeira. Na última segunda-feira (9), o SGB havia divulgado que, diante dos baixos níveis, uma nova régua foi instalada na estação da capital rondoniense que mede até a cota 0.

Naquele dia, o rio havia atingido 75 cm, seu menor nível desde que o monitoramento começou. "Teremos pelo menos mais 30 dias de estiagem e, se houver um atraso nas chuvas, esse período vai ser ainda maior", explicou, na ocasião, o engenheiro-hidrólogo Guilherme Jordão Cardoso, ligado ao SGB.

Desde junho, o sistema registra níveis abaixo da normalidade do rio Madeira, na estação de Porto Velho. A situação impacta o abastecimento de água para comunidade, afeta a geração de energia e causa prejuízos ao transporte fluvial.

A estiagem prolongada pode impactar a vazão do rio e interromper a geração de energia nas usinas de Jirau e Santo Antônio, em Rondônia. "Hoje a operação dessas hidrelétricas já está com muita restrição. Daqui a pouco pode haver uma parada, e não conseguirão ter a capacidade de gerar energia. E aí a gente começa a ver, não só um cenário de escassez hídrica, como de restrição energética", explicou Cardoso.

MORADORES AFETADOS

A população de Porto Velho, em Rondônia, enfrenta dificuldades por causa da combinação da estiagem e as queimadas. Segundo a presidente da Associação dos Agentes de Ecoturismo e Táxis Fluviais do Rio Jamari e Adjacências do Rio Madeira, Nagila Maria Paula de Oliveira, o transporte de passageiros e cargas ficou inviável em vários trechos do rio Madeira, deixando populações isoladas sem acesso a serviços básicos.

"Em alguns lugares é preciso andar quilômetros por onde passa o rio", disse. "Em outros lugares, como na boca do Jamari, só chegam os bandeirinhas [transporte fluvial] menores, que carregam até cinco passageiros", explicou.

Nagila, que vive no distrito de São Carlos do Jamari, afirmou que por lá os poços artesianos estão contingenciados. Em localidades onde não existe essa estrutura foi necessária a distribuição de água mineral pela gestão municipal.


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