Acusado de atirar garrafa em torcedora do Palmeiras vai a júri popular por morte
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O professor Jonathan Messias Santos da Silva, 33, acusado de causar a morte da palmeirense Gabriela Anelli Marchiano em julho de 2023, vai a júri popular em São Paulo.
A decisão da magistrada Marcela Raia de Sant'Anna, da 5ª Vara do Júri na capital, foi publicada nesta sexta-feira (23).
Silva, que é torcedor do Flamengo, está preso desde julho de 2023 e responde pela acusação de homicídio doloso (quando há a intenção de matar). A juíza também negou o pedido do preso de recorrer em liberdade.
O advogado José Victor Moraes Barros, que defende o flamenguista, afirma que seu cliente é inocente, que a decisão destoa da "realidade das provas" e que vai recorrer.
Marchiano foi atingida no pescoço por uma garrafa durante uma briga entre torcedores nas proximidades do Allianz Parque, na zona oeste de São Paulo, durante uma partida entre Palmeiras e Flamengo pelo Campeonato Brasileiro, em 8 de julho.
Silva foi identificado com auxílio do reconhecimento facial utilizado para acesso estádio e foi preso no Rio de Janeiro. Conforme a Polícia Civil, a reconstituição virtual realizada com imagens obtidas nos momentos que antecederam a morte indicam que apenas o flamenguista atirou garrafas naquela direção.
Segundo a juíza, o crime atribuído ao acusado é grave e hediondo, o que reforça o seu potencial ofensivo.
"O modus operandi por ele adotado, consistente em arremessar, raivosamente, uma garrafa de vidro contra a torcida adversária sem se importar com a integridade física dos torcedores rivais, demonstra que possui personalidade violenta e deve ser segregado do meio social", escreveu Sant'Anna na decisão.
O fato de o torcedor ter voltado para o estado do Rio, diz a juíza, reforça a decisão de mantê-lo preso em São Paulo.
"Com sua conduta de ir embora para seu estado de origem sem dar qualquer satisfação às autoridades, quando tinha ciência de que estava sendo procurado pela prática do crime, demonstra sua intenção de furtar-se à aplicação da lei penal", sustenta a magistrada.
O advogado de Silva afirma que a juíza não levou em conta o depoimento de um amigo da vítima que estava no local e teria negado que o flamenguista foi o autor do crime.
"Infelizmente, a magistrada age de forma inquisitória no processo em desfavor do Jonathan, violando a plenitude de defesa, motivo pelo qual vamos impetrar um habeas corpus em face das nulidades ocorridas na audiência de instrução de julgamento ocorrida no dia 18 dezembro de 2023", afirma.
"A defesa técnica segue confiante e resiliente na inocência do Jonathan, uma vez que a acusação se baseia em um laudo pericial completamente distante e contraditório da realidade apontada pelos depoimentos produzidos em juízo", acrescenta a nota.
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