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Crimes digitais: como funcionam os golpes no WhatsApp?

Por Portal Do Holanda

14/03/2018 2h23 — em
Tecnologia



Recentemente, muitos golpes aplicados no Whatsapp têm sido noticiados. Um deles prometia um 14º salário, oferecido pela Caixa Econômica Federal. Outro ofereceria o plano de fundo com fotos do jogador Neymar. Um terceiro, divulgava vagas disponíveis na rede de supermercados Carrefour. Promoções da Nescafé e cupons de desconto do McDonald’s também fizeram parte da brincadeira.

As “iscas” para atrair as pessoas são bastante variadas e cada vez mais criativas. Mas o método de aplicação dos golpes é, geralmente, muito similar: o usuário tem que compartilhar a “vantagem” com uma determinada quantidade de amigos e depois fazer algum tipo de cadastro. É justamente nesse “compartilhar” que os golpes atingem centenas de milhares de pessoas.

Como funciona a dinâmica nos golpes de Whatsapp?

Normalmente os golpes oferecem alguma vantagem bem atrativa, como os exemplos que citamos acima. Gisele Truzzi, advogada especialista em Direito Digital, explica que esse tipo de golpe é o mais comum no mundo digital. “[Os principais golpes] geralmente são fraudes eletrônicas, em que há oferecimento de algum tipo de vantagem, tais como grandes descontos em compras ou promoções, ou então que despertam a curiosidade, tais como links de vídeos/fotos de terceiros ou notícias falsas”. Essas vantagens, porém, nunca acontecem. 

De modo geral, esses crimes virtuais acabam baixando algum aplicativo indesejado no celular da vítima – geralmente, apps que oferecem publicidade, podendo gerar compras e prejuízo – ou, ainda, cadastram planos de SMS, que podem gerar cobranças futuras.

Além das fraudes do whatsapp, Gisele aponta, ainda, para um outro tipo de golpe, dessa vez no Facebook. Ela explica que os criminosos criam fanpages muito similares às de grandes varejistas para enganar o consumidor. “E se nesta página houver divulgação de ofertas extremamente convidativas, o consumidor se sente atraído e acaba comprando. Porém, esse valor irá diretamente para o estelionatário e ele jamais receberá o produto comprado”, explica Gisele.

Além desses riscos de prejuízo financeiro e exposição do aparelho à vulnerabilidade (como é o caso de aplicativos indesejados), a advogada apresenta mais um perigo: “além disso, [os fraudadores] também obtém os dados pessoais e financeiros desta, pois ao se cadastrar nessa página falsa, o indivíduo fornece seus dados. Portanto, ele poderá ser vítima de um novo golpe”. Dessa forma, o internauta pode cair em um novo golpe de modo mais fácil.

Como não ser vítima de golpes online?

Para não cair nesses tipos de fraude, a principal dica é estar atento. De modo geral, promoções muito chamativas já são um motivo para desconfiar, mesmo que ela tenha vindo de algum conhecido seu. Mensagens com erros gramaticais também devem gerar dúvidas quanto à confiabilidade. Outra dica é, após receber um convite de promoção, sempre checar o site da empresa para ver se a vantagem é oficial.

Para evitar essas fraudes, Gisele Truzzi separou algumas dicas:

1. Não clicar em tudo o que vê/recebe pela internet;

2. Não clicar/abrir mensagens/links, arquivos e mídias de desconhecidos;

3. Ao acessar um site/fanpage, etc., observar atentamente se este link que se está acessando é de fato da marca/loja que você tem interesse. Observar o endereço que se forma no navegador, se condiz com os endereços oficiais divulgados pela marca/loja;

4. Não pagar boletos não solicitados enviados para seus contatos. Verificar se o boleto recebido de fato condiz com alguma compra efetuada, conferir no site onde a compra foi realizada;

5. Não abrir/clicar em e-mails relacionados à “intimações judiciais ou policiais”, “recadastramento de título eleitoral”, “comunicado de multa”, etc. Qualquer comunicação de uma autoridade ou órgão pública será efetuada por correio.

6. Cuidado ao fornecer dados pessoais em sites desconhecidos: analisar o site antes de efetuar qualquer transação, pesquisar sobre nome da loja na internet, em sites como “Reclame Aqui” e “Procon”;

7. Cautela no preenchimento de dados pessoais em qualquer formulário disponível na internet.

Já caí em um golpe, e agora?

Em primeiro lugar, cheque se seu celular não possui nenhum aplicativo desconhecido, assim como entre em contato com sua operadora de telefonia para descobrir se houve alguma mudança no seu plano. Assim, você evita os prejuízos causados pela fraude.

Para fins legais, Gisele explica que, antes de mais nada, é preciso armazenar todas as provas relacionadas à situação, como prints da página, das mensagens recebidas e algum boleto que eventualmente possa ter sido pago por você. Em seguida, a advogada aconselha o registro de um boletim de ocorrência na delegacia de polícia mais próxima, pela prática de estelionato.

Registrar uma ocorrência junto ao Procon também é muito importante e, segundo Gisele, ela deve ser realizada quando a situação se referir a uma transação comercial entre consumidor e fornecedor. Por fim, a advogada sugere procurar um advogado ou a Defensoria Pública da sua cidade. Fonte: Ada.


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O Portal do Holanda foi fundado em 14 de novembro de 2005. Primeiramente com uma coluna, que levou o nome de seu fundador, o jornalista Raimundo de Holanda. Depois passou para Blog do Holanda e por último Portal do Holanda. Foi um dos primeiros sítios de internet no Estado do Amazonas. É auditado pelo IVC e ComScore.

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