Um levantamento do Movimento Todos Juntos Contra o Câncer (TJCC) revelou que pacientes do SUS ainda enfrentam atrasos no atendimento oncológico. O tempo médio é de 50 dias para diagnóstico e 75 dias para iniciar o tratamento, acima do que prevê a lei (30 e 60 dias).

O estudo foi apresentado no 12º Congresso TJCC e reuniu dados do Ministério da Saúde, do INCA e de estados e capitais via Lei de Acesso à Informação. Ao todo, 36% dos gestores não responderam ao pedido, expondo falhas de transparência.

Os números também mostram desigualdade regional. Enquanto Sul e Sudeste têm prazos próximos ao previsto em lei, Norte e Nordeste chegam a registrar atrasos superiores a 150 dias, agravados pela falta de infraestrutura e distâncias até centros especializados.

Especialistas alertam que cada semana perdida pode comprometer as chances de cura. O atraso transforma casos iniciais, de fácil controle, em doenças avançadas e de tratamento mais caro e menos eficaz.

Apesar de revisões de protocolos e capacitações em alguns estados, apenas dois têm planos exclusivos de oncologia. A lei sancionada em 2023 criou prazos obrigatórios, mas especialistas defendem maior compromisso dos gestores para tornar o direito efetivo.