Câncer de pâncreas que causou morte de Léo Batista é silencioso

Léo Batista, um dos maiores jornalistas esportivos da história do país, morreu nesse domingo (19), aos 92 anos, vítima de câncer de pâncreas. A doença é silenciosa e desafiadora de diagnosticar devido aos seus sintomas iniciais inespecíficos, como perda de apetite, perda de peso, dor abdominal (geralmente na região do estômago), náuseas e vômitos.
Nos casos mais graves, pode haver obstrução da drenagem da bile, causando icterícia, que se manifesta com olhos amarelados, urina escura e fezes claras.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico começa com exames de imagem, como ultrassom, seguidos de tomografia ou ressonância do abdômen. A confirmação ocorre por meio de biópsia, que pode ser realizada com agulha guiada por tomografia ou por ecoendoscopia, um procedimento menos invasivo. Esses exames são cruciais para determinar o estágio da doença e planejar o tratamento, que pode incluir cirurgia, quimioterapia, radioterapia ou uma combinação dessas modalidades.
"Quando o tumor está no estágio inicial, o tratamento geralmente é cirúrgico seguido de quimioterapia. Em casos intermediários ou localmente avançados, inicia-se com quimioterapia ou radioterapia antes da cirurgia. Já em casos com metástase, a cirurgia deixa de ser uma opção e o foco é a quimioterapia", explica o médico.
Novidades no tratamento
Avanços em técnicas cirúrgicas, radioterapia e novos esquemas de quimioterapia têm melhorado as chances de cura. Tratamentos combinados, como quimioterapia antes da cirurgia, têm mostrado resultados promissores em casos localizados. Há também medicamentos específicos para os 10% dos pacientes com mutações nos genes BRCA1 ou BRCA2.
Além disso, estudos estão em andamento para desenvolver exames que permitam diagnósticos mais precoces, além de explorar o papel da imunoterapia e novas moléculas que atuem no nível molecular da doença.
Fatores de risco
Cerca de 90% dos fatores de risco para o câncer de pâncreas são externos, com destaque para:
- Cigarro: aumenta o risco em 20% a 30%.
- Obesidade e sedentarismo.
- Dieta rica em alimentos enlatados, embutidos, condimentados e pobre em verduras e fibras.
- Abuso de álcool e pancreatite crônica.
- Idade: pessoas acima de 60-65 anos.
Estar atento aos sintomas e adotar hábitos saudáveis pode ser fundamental para reduzir os riscos e aumentar as chances de detecção precoce.
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ASSUNTOS: Saúde e Bem-estar