Polícia ainda não tem pistas de assassinos de Myrinho
RIO — A Polícia Civil busca pistas do sequestro e do assassinato de Myro Garcia, de 27 anos, filho do falecido bicheiro Waldomiro Paes Garcia, o Maninho. Ele foi baleado na quarta-feira, logo após o pagamento de seu resgate. Myrinho, como era conhecido, foi mantido refém por dois dias, porém a família não comunicou o crime à polícia. A Divisão Antissequestro (DAS) só tomou conhecimento do caso na quarta, depois da morte de Myrinho.
Myrinho foi enterrado ontem no cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap. Ele foi sepultado no mesmo jazigo de Maninho, também morto a tiros, em 2004. A Divisão de Homicídios (DH) da Polícia Civil tenta refazer os últimos passos de Myrinho.
Um primo da vítima contou à polícia que recebeu um telefonema dela na quarta-feira. Na ligação, Myrinho lhe pediu para entregar R$ 100 mil aos sequestradores. O ponto de encontro foi marcado na Estrada do Rio Morto, em Vargem Grande.
Quando o dinheiro foi entregue, Myrinho teria feito um gesto brusco, e acabou sendo baleado. Segundo policiais da DH, ele teria tentado correr. O primo dele, responsável por levar a mala com o pagamento do resgate, só teria conseguido sair ileso porque correu em outra direção.
O carro de Myrinho, um Toyota Corolla preto, usado pelos criminosos para fugir, foi encontrado incendiado na Estrada dos Bandeirantes, em Vargem Grande. O veículo foi periciado e permanece na DH.
FILHO DE PICCINI NO ENTERRO
A polícia mantém a investigação sob sigilo. Cerca de 150 pessoas foram ao enterro de Mirynho. A mãe, Sabrina Harrouche Garcia, e as irmãs de Myrinho, Shanna e Tamara, estavam no sepultamento e não quiseram falar com a imprensa. Entre os presentes estavam ainda o ex-jogador Edmundo e o cantor Aguinaldo Timóteo, assim como o deputado estadual Rafael Picciani, filho do presidente licenciado da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), Jorge Picciani.
O deputado Rafael Picciani disse que conhecia Myrinho desde criança.
— Ele era meu amigo de escola. Estudamos juntos no Colégio Anglo Americano. Perdi um amigaço — disse ele.
Jogador profissional de pôquer, Myrinho gostava de exibir, no Facebook, sua performance em torneios. Em 2014, ele venceu o High Roller, no Chile, e faturou US$ 65 mil (cerca de R$ 200 mil).
Para participar desses eventos, Myrinho fazia muitas viagens internacionais, a países como França e Bahamas. Ele tinha 15 anos quando viu seu pai ser assassinado. Myrinho e Maninho tinham saído da academia Body Planet, na Freguesia, quando o pai foi alvo de disparos. Na ocasião, Myrinho também levou um tiro.
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