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'Está nas mãos de Deus agora', diz Flávio Bolsonaro sobre denúncia contra pai

Por Folha de São Paulo

19/02/2025 10h15 — em
Política



BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - Filho mais velho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou nesta quarta-feira (19) que a denúncia contra o pai por tentativa de golpe de Estado agora "está nas mãos de Deus agora".

A declaração foi dada à imprensa logo após o senador ser eleito presidente da Comissão de Segurança Pública do Senado, na manhã desta quarta.

Flávio acusou o procurador-geral da República, Paulo Gonet, de agir politicamente e se disse pessoalmente decepcionado com ele. O senador fez ainda uma provocação, ao dizer que Gonet parece temer mais ao ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes do que a Deus.

"Eu lamento muito de o Paulo Gonet ter ido por essa linha, de ter uma atuação política em um órgão que é técnico. Fica parecendo que ele é mais temente ao Alexandre de Moraes do que a Deus", disse Flávio sobre o PGR, comumente descrito como conservador e católico.

"Está sendo uma grande decepção pessoal para mim o que ele está fazendo e acredito que até para a família dele está sendo uma grande decepção pessoal. Mas, vamos ver. Está nas mãos de Deus agora", completou o senador.

Flávio disse que conversou com o pai na noite desta terça, após a denúncia: "Ele certamente é uma pessoa bastante experimentada, vivida, tem noção do seu tamanho. Quanto mais perseguem o Bolsonaro, mais ele cresce".

A DENÚNCIA

Bolsonaro foi acusado pela PGR (Procuradoria-Geral da República) de praticar os crimes de tentativa de abolição violenta do Estado democrático de Direito e de golpe de Estado, de dano qualificado pela violência e grave ameaça contra patrimônio da União, deterioração de patrimônio tombado e participação em uma organização criminosa.

Somadas, as penas máximas chegam a 43 anos de prisão, sem contar os agravantes, além da possibilidade de ele ficar inelegível por mais tempo do que os oito anos pelos quais foi condenado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Além de Bolsonaro, outras 33 pessoas foram denunciadas, entre eles o ex-ministro Walter Braga Netto, que foi candidato a vice-presidente na chapa de 2022 e, atualmente, está preso preventivamente. Fora o general, outros cinco estão detidos.

"Aqui se relatam fatos protagonizados por um presidente da República que forma com outros personagens civis e militares organização criminosa estruturada para impedir que o resultado da vontade popular expressa nas eleições presidenciais de 2022 fosse cumprida, implicando a continuidade no poder sem o assentimento regular do sufrágio universal", afirma Gonet na denúncia.

A Procuradoria diz que havia uma organização criminosa que "tinha por líderes o próprio presidente da República e o seu candidato a vice-presidente, o General Braga Neto".

"Ambos aceitaram, estimularam, e realizaram atos tipificados na legislação penal de atentado contra o bem jurídico da existência e independência dos Poderes e do Estado de Direito democrático."

A defesa de Bolsonaro afirmou ter recebido a denúncia com "estarrecimento e indignação" e disse não haver elementos na peça da PGR que o conecte à "narrativa construída" no documento.


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