Carlos Santiago*

De novo Manaus se depara com uma Comissão Parlamentar de Inquérito – CPI para investigar a precariedade do serviço de água que tem levado milhares de pessoas a ficar sem o liquido que é essencial para a existência humana. Diz o ditado popular: “o homem vive sem amor, mas não vive sem água”. Uma avaliação do problema do abastecimento da água tem um contexto mais amplo, o da falta de infraestrutura do Estado do Amazonas e gestão.  

Grandes investimentos foram, e estão sendo realizados com recursos do Governo do Estado e do Governo Federal para resolver o gargalo da infraestrutura do Amazonas. Portos, Aeroportos, Estradas, Energia e Água, dentre outros, estão recebendo milhões de reais e até bilhões como prioridades para o desenvolvimento do bem-estar da população, da economia da região e para sediar grandes eventos como a Copa 2014.

O Ministério dos Transportes alardeia que foram disponibilizados mais de R$ 240 milhões para construções de portos nas cidades do interior do Estado. Isso resolveria parte dos problemas da navegação e facilitaria a escoação de alimentos. É uma pena que um número significativo de portos, sequer, saiu do papel e os que foram construídos estão enfrentando dificuldades de funcionamento por conta da correnteza dos nossos rios.

O Governo Federal gastou bilhões de reais com a construção do gasoduto Coari-Manaus para disponibilizar uma nova matriz energética tão necessária ao Polo Industrial que convive há décadas com o péssimo serviço de energia.

O gás natural seria a solução da escassez de energia em uma cidade que cresce a cada dia. A obra foi concluída e entregue a administração estadual e, nada melhorou. Fica uma pergunta: Cadê o Gás?

Com verbas da União, do Estado, da Prefeitura e da empresa Águas do Amazonas foram investidos cerca de R$ 460 milhões, no serviço na cidade de Manaus, entre 2007 e 2010. Reservatórios de águas foram construídos, além de uma nova estação de captação e tratamento da água. No entanto, milhares de pessoas ainda, ficam sem água.

A CPI da Água pode chegar à raiz do problema. Mas tem que pensar além dela mesma.

 
* É CIENTISTA POLÍTICO