Amazônia: Professor da Ufam representaria interesses estrangeiros em Manaus
O irlandês Ciaran Kelly, principal executivo da Celestial Green Ventures, que comprou dos índios mundurucus direitos sobre uma área com 16 vezes o tamanho da cidade de São Paulo em plena floresta amazônica, tem como parceiro em Manaus o professor da Universidade Federal do Amazonas, Juan Carlos Peña Marquez, que negou participaçao no negócio. "Nem concordo com esse tipo de contrato, os indígenas não sabem o que estão negociando. disse ele a repórteres do Grupo Estado.
Outro integrante seria Anderson José de Souza, ex-presidente da Associação Amazonense de Municípios e ex-prefeito de Rio Preto da Eva. O site diz que ele atuaria como lobista de municípios em Brasília e seria responsável pela intermediação dos contratos em Manaus. Por telefone, Souza tentou desconversar, disse que tem atuação limitada como consultor e vê chances de expansão do mercado.
Souza foi a ponte para o contrato com a prefeitura de São Gabriel da Cachoeira. O prefeito Pedro Garcia disse que o "amigo" ficou com a única cópia do contrato que assinou com a Celestial. "Foi um contrato um pouco no escuro", contou ele na segunda conversa com o Estado. Na primeira, teve dificuldade para lembrar do acordo, no qual que espera receber R$ 250 milhões em cinco anos pelo comércio de créditos de carbono em uma área de 300 mil hectares.
A terra dos mundurucus representa pouco mais de 10% do total contratado pela empresa, que também negociou os territórios Tenharim Marmelos, no Amazonas, e Igarapé Lage, Igarapé Ribeirão e Rio Negro Ocaia, em Rondônia.
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