Sem avanços, reunião com Irã termina sob pressão de guerra e risco nuclear

A reunião entre representantes europeus e o Irã, realizada nesta sexta-feira (20) em Genebra, terminou sem avanços concretos. Durante três horas, ministros da Alemanha, França, Reino Unido e União Europeia discutiram com o chanceler iraniano, Abbas Araqchi, formas de retomar o diálogo diplomático diante do conflito crescente entre Irã e Israel. Apesar da disposição em negociar, nenhuma das partes indicou progresso tangível, segundo a agência Reuters.
O Irã declarou que só aceitará discutir seu programa nuclear quando cessarem os ataques de Israel. A afirmação foi feita enquanto os dois países completam oito dias seguidos de trocas de ataques aéreos. Segundo a Al Jazeera, o enviado de Israel à ONU afirmou que o país não pedirá desculpas pelos ataques realizados em território iraniano e que continuará com as ações militares “até que a ameaça nuclear do Irã seja desmontada”.
Enquanto isso, o presidente Donald Trump declarou que ainda não decidiu se irá intervir militarmente ao lado de Israel, mas indicou que tomará uma decisão nas próximas duas semanas. Israel pressiona por apoio americano, alegando que só as forças dos EUA têm armamentos capazes de destruir as instalações nucleares subterrâneas do Irã.
A situação também preocupa a comunidade internacional. O chefe da Agência Internacional de Energia Atômica, Rafael Grossi, alertou que ataques a instalações nucleares podem causar vazamentos radioativos com consequências graves. A ONU, por meio do secretário-geral António Guterres, pediu contenção e reforçou que a escalada do conflito pode desencadear uma guerra de grandes proporções. Rússia e China exigiram a redução imediata das tensões e o retorno ao diálogo. Ao menos 639 iranianos e 24 civis israelenses morreram, segundo fontes oficiais e grupos de direitos humanos.
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