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Israel cerca leste de Rafah após fracasso em negociar cessar-fogo

Por Folha de São Paulo

10/05/2024 9h00 — em
Mundo



SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Israel cercou o leste de Rafah e bombardeou três cidades da Faixa de Gaza na madrugada desta sexta-feira (10) após as delegações de Tel Aviv e do Hamas, em conflito há sete meses no território palestino, abandonarem as negociações no Cairo sem alcançar um cessar-fogo.

Equipes da agência de notícias AFP observaram disparos de artilharia israelense na cidade de Rafah, na fronteira com o Egito, e testemunhas relataram bombardeios na Cidade de Gaza e em Jabalia, no norte do território.

Tel Aviv também seguiu avançando no sul de Gaza a despeito das preocupações de críticos e aliados com esse plano. Nesta sexta, tanques israelenses capturaram a estrada principal que divide as metades leste e oeste de Rafah, cercando efetivamente toda a parte ocidental da cidade que se tornou o último refúgio da guerra para cerca de 1,5 milhão de palestinos.

Moradores descreveram explosões e tiroteios quase constantes a leste e nordeste da cidade, com intensos combates entre as forças israelenses e combatentes do Hamas. O grupo terrorista disse ainda ter feito uma emboscada contra tanques israelenses perto de uma mesquita que fica próxima à área urbana, sinal de que Tel Aviv chegou perto de regiões mais povoadas.

"Nenhuma parte de Rafah é segura, projéteis de tanque caíram por toda parte desde ontem", disse Abu Hassan, morador de Tel al-Sultan, a oeste da cidade, à agência de notícias Reuters. "Estou tentando sair, mas não posso pagar 2.000 shekels (mais de R$ 2.700) para comprar uma tenda para minha família."

O exército israelense disse que suas forças no leste de Rafah localizaram vários túneis que seriam usados pelo Hamas e suas tropas mataram combatentes do grupo terrorista.

Israel já havia começado o cerco do leste de Rafah pelo sul, quando capturou e fechou a única passagem entre o território e o Egito na última terça-feira (7). O avanço desta sexta até a estrada Salah al-Din, que corta a Faixa de Gaza, completou o cerco da chamada "zona vermelha".

Na última segunda (6), Israel orientou que essa parte da cidade fosse esvaziada para uma ofensiva terrestre, o que fez mais de 100 mil pessoas se deslocarem, segundo a ONU. O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) estima em 100 mil o número de pessoas que já deixaram Rafah, enquanto o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (Ocha, na sigla em inglês) calcula que a cifra supera os 110 mil.

O diretor do Ocha para Gaza, Georgios Petropoulos, afirmou que a situação no território atingiu um nível de "emergência sem precedentes". "Quase 30.000 pessoas fogem da cidade a cada dia", diz ele. "A maioria dessas pessoas já teve que se deslocar cinco ou seis vezes."


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