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Putin diz que judeus ou ucranianos, mas não o Kremlin, interferiram nas eleições dos EUA

Por Agência O Globo

10/03/2018 20h03 — em
Mundo



KALININGRADO, Rússia — Em entrevista ao canal NBC, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, sugeriu que ucranianos, tártaros ou judeus podem ter interferido nas eleições americanas em 2016, mas negou qualquer participação do Kremlin. De qualquer maneira, Putin disse não se importar se cidadãos russos interferiram no pleito, porque eles não representam os interesses do Estado. A entrevista exclusiva foi gravada no dia 1º de março em Kaliningrado, na Rússia, e divulgada neste sábado.

— E se foram mesmo russos? Há 146 milhões de russos. E daí? Eu não me importo. Eles não representam os interesses do Estado russo. E talvez sequer sejam russos. Talvez sejam ucranianos, tártaros ou judeus, mas com cidadania russa. Até isso precisa ser checado. Ou talvez tenham dupla cidadania ou um green card. Talvez foi os americanos quem lhes pagaram por isto.

No mês passado, o procurador-especial americano Robert Mueller, que lidera uma investigação sobre um possível conluio entre a equipe da campanha de Donald Trump e Moscou nas últimas eleições, acusou formalmente 13 russos de estarem por trás de uma operação apoiada pelo Kremlin para divulgar informação falsa e interferir na eleição através das redes sociais. Três empresas russas também foram acusadas.

— Como decidiram que as autoridades russas, inclusive eu, demos alguma permissão para isto?

A acusação e Mueller não diz se a campanha Trump teve relações estreitas com o Kremlin, algo que Mueller ainda investiga. Apesar da acusação, Putin insiste em que não há nenhuma prova por enquanto de que a suposta ingerência russa tenha infringido alguma lei. Quando questionado se não se importava de que russos possam ter interferido na democracia americana, respondeu:

— Na Rússia não podemos processar ninguém que não tenha violado a lei russa (...). Que ao menos nos enviem um papel, um documento, façam um pedido oficial. Aí veremos isto.

Segundo Mueller, a estratégia russa começou em 2014, a princípio com um esforço para desacreditar o sistema político americano. Mas em meados de 2016, o plano a cargo de Yevgeny Prigozhin, um homem ligado a Putin, passou a se concentrar no ataque à imagem da democrata Hillary Clinton para auxiliar Trump.


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