Wagner Moura critica Bolsonaro e fala sobre censura do filme ‘Marighella’
Wagner Moura criticou o presidente Jair Bolsonaro e falou sobre o filme “Marighella” e as ameaças que sofreram por conta da obra, prevista para estrear no Brasil o dia 4 de novembro.
"O filme estreou em Berlim em 2018. Financiar o processo foi dificílimo. O filme existe graças ao dinheiro do fundo setorial e à Globo Filmes. A filmagem também foi dura, em alguns momentos achávamos que ia faltar dinheiro. Sofremos ameaças de gente dizendo que ia invadir o set, que ia quebrar tudo, bater na gente", contou em entrevista ao “Conversa com Bial”.
"Passamos por tudo isso, no governo Temer. E o filme estrearia em 2019, no começo do governo Bolsonaro. Quando a gente quis estrear, dois pedidos da produtora foram inesperadamente negados pela ANCINE, que regula nossa atividade no Brasil. Esses pedidos são normais, feitos em várias outras produções e ocasiões. Quando foram negados, os filhos do Bolsonaro comemoraram na internet, essa direita Bolsonarista comemorou. Bolsonaro parou a vida dele, de presidente, pra gravar um vídeo falando mal de mim, do filme. Então a gente vê que o filme tem uma importância pra eles”.
E continuou: "E eu te digo aqui que nós fomos vítimas de censura (...) Nós não temos um cinema forte o suficiente pra existir sem as leis de incentivo, sem o controle que a ANCINE faz sobre a nossa atividade. Então eles inviabilizaram a nossa primeira estreia. Os produtores tomaram a decisão corajosa, e da qual eu fico muito feliz, de esperar sem esse dinheiro. Nós nunca ganhamos um tostão com esse filme. Apesar de todos nós, artistas, que fazem obras como essa, sermos chamados de ladrões da Lei Rouanet e essas canalhices”.
Sobre o filme
O filme narra a trajetória de Carlos Marighella, um político guerrilheiro que lutou contra a ditadura militar nas décadas de 1960 e 1970.
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