Trump processa 'Wall Street Journal' por reportagem que o liga a Epstein
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, entrou com um processo por difamação contra o Wall Street Journal, dois de seus repórteres e os proprietários do jornal. A ação, movida na sexta-feira (18), solicita uma indenização de pelo menos US$ 10 bilhões (aproximadamente R$ 55,8 bilhões), em resposta a uma matéria publicada no dia anterior que alega que Trump teria enviado uma carta ao bilionário Jeffrey Epstein contendo um desenho de uma mulher nua e uma mensagem considerada enigmática.
A reportagem afirma que a correspondência teria sido incluída em um álbum comemorativo dos 50 anos de Epstein, organizado por sua então companheira, Ghislaine Maxwell. Segundo o jornal, a carta foi analisada anteriormente por investigadores do Departamento de Justiça dos EUA e continha uma mensagem datilografada com a frase: “Feliz aniversário — e que cada dia seja mais um maravilhoso segredo”, abaixo da assinatura “Donald”.
Trump negou a autenticidade da carta e do desenho, dizendo que jamais teria escrito algo semelhante. “Nunca pintei um quadro na minha vida. Não desenho mulheres. Não é a minha linguagem, não são as minhas palavras”, declarou o presidente em sua rede social, Truth Social. Em tom provocador, Trump afirmou estar ansioso para ver Rupert Murdoch, dono do jornal, depor no tribunal.
O Wall Street Journal divulgou nota dizendo que se defenderá “vigorosamente”. O episódio reacende o interesse público sobre a relação entre Trump e Epstein, investigado por tráfico sexual de menores e morto em prisão federal em 2019. O nome de Trump apareceu em registros de voos associados a Epstein, mas ele não é alvo de investigação no caso. Durante sua campanha, o republicano chegou a prometer divulgar uma “lista de clientes” ligada ao escândalo, cuja existência foi posteriormente negada pelo Departamento de Justiça.
Quem foi Epstein?
Jeffrey Epstein foi um financista americano que se tornou figura central de um dos maiores escândalos de abuso sexual da elite dos Estados Unidos. Acusado de operar uma rede de tráfico sexual de menores, Epstein mantinha conexões com celebridades, políticos influentes e membros da alta sociedade, incluindo nomes como Donald Trump, Bill Clinton e o príncipe Andrew, do Reino Unido.
Entre 2002 e 2005, ele foi investigado por aliciar dezenas de adolescentes para abusos sexuais em suas propriedades. Em 2008, fechou um controverso acordo judicial que lhe permitiu cumprir uma pena branda, com liberdade durante o dia, mesmo após admitir parte das acusações.
O caso ganhou repercussão mundial em 2019, quando foi reaberto e Epstein foi novamente preso. Dias depois, foi encontrado morto em sua cela, em Nova York.
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