MP pede prisão de Lucas Bove por descumprimento de medidas protetivas
O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) protocolou, nesta quinta-feira (23), uma denúncia formal contra o deputado estadual Lucas Diez Bove (PL), acusando-o dos crimes de perseguição, violência psicológica, violência física e ameaça contra sua ex-esposa, a influenciadora digital Cíntia Chagas. Paralelamente à denúncia, o MP-SP fez um pedido de prisão preventiva do parlamentar à Justiça, justificando a medida pela série de descumprimentos reiterados e ostensivos das medidas protetivas de urgência que haviam sido concedidas à vítima.
A influenciadora Cíntia Chagas denunciou o deputado no ano passado, relatando abusos físicos e psicológicos ocorridos durante o relacionamento de mais de dois anos. O inquérito policial sobre as denúncias foi concluído em setembro, indiciando Bove pelos crimes de perseguição e violência psicológica. O caso ganha destaque em contraste com a esfera política, visto que em agosto, o Conselho de Ética da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) optou por arquivar a denúncia de quebra de decoro parlamentar apresentada contra o deputado.
De acordo com o Ministério Público, a conduta de Lucas Diez Bove após a concessão das medidas protetivas tem sido de “claro desprezo” às determinações judiciais. O órgão detalha que, há cerca de um ano, o deputado tem ignorado as ordens judiciais, mesmo após ser pessoalmente advertido, e age sob a crença de que não será responsabilizado. Inicialmente, o parlamentar publicava indiretas nas redes sociais sobre o caso, mas, posteriormente, evoluiu para publicações explícitas com o nome da vítima e menções diretas ao processo, o que violou a decisão judicial que proibia qualquer citação ao caso.
A promotoria argumenta que o comportamento do deputado resultou em grave desgaste emocional e revitimização da ex-esposa, que foi "sistematicamente exposta e ridicularizada perante a mídia e opinião pública" por meio das postagens, que inclusive sugeriam que ela estaria mentindo. Os advogados de Cíntia Chagas tiveram que acionar a Justiça diversas vezes para relatar os episódios de violação. O MP conclui que a simples existência das medidas protetivas não é mais suficiente para garantir a segurança da vítima e assegurar sua integridade psicológica.
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