O tetracampeão mundial de boxe Acelino "Popó" Freitas anunciou na noite desta segunda-feira (6) sua aposentadoria definitiva dos ringues. O pugilista baiano, de 50 anos, citou a confusão generalizada ocorrida em sua última luta, no dia 27 de setembro, como o principal motivo para pendurar as luvas.

Popó, que encerrou o combate contra Wanderlei Silva em um episódio de agressões que tomou o ringue em São Paulo, afirmou ter sentido uma profunda humilhação com a cena.

"Vocês não têm ideia de como foi vergonhoso para mim passar pelo que eu passei em cima daquele ringue," declarou Popó. "Foi uma das piores humilhações que tive na minha vida como lutador, e esse é um dos motivos de eu parar aqui hoje e falar para todo o Brasil: a minha vergonha foi tão grande que hoje eu paro de lutar, não quero mais saber de boxe."

O lutador reforçou que, apesar de nunca ter saído machucado de uma luta de boxe antes, na ocasião ele saiu ferido após ser agredido fora do contexto do combate. Ele precisou, inclusive, passar por uma cirurgia na mão dias depois do evento.

A confusão aconteceu após o confronto de exibição contra Wanderlei Silva em um evento patrocinado por uma marca de cerveja. Silva foi desclassificado por desferir golpes ilegais com a cabeça, e o anúncio do resultado desencadeou uma briga entre membros das duas equipes.

Durante o entrevero, Rafael Freitas, um dos filhos de Popó, atingiu Wanderlei Silva com um golpe que o deixou desacordado e o levou a ser internado. As duas equipes trocaram acusações sobre quem iniciou a briga.

O anúncio de aposentadoria foi feito durante a apresentação do evento Fight Music Show, onde Popó estava inicialmente programado para enfrentar o ex-BBB Diego Alemão em novembro. Contudo, mesmo que não estivesse lesionado, o baiano já estaria impedido de lutar, pois foi suspenso por seis meses pelo Conselho Nacional de Boxe (CNB) devido à confusão.

"Fiquei com uma vergonha tão grande que eu paro de lutar boxe," repetiu o pugilista, oficializando o fim de sua carreira.