Fonseca vê mudança de trato dos adversários
RIO DE JANEIRO, RJ (UOL/FOLHAPRESS) - Além do salto no ranking da ATP e da idolatria cada vez maior no Brasil, João Fonseca tem notado também uma diferença no trato de seus adversários ao longo dos torneios pelo mundo. Aos 18 anos, o carioca tem feito os tenistas o verem com outros olhos.
Na avaliação de Fonseca tudo começou a mudar após a conquista do Next Gen em dezembro. O torneio reúne os oito melhores tenistas sub-20 do mundo. Em seguida, o bom desempenho no Australian Open o impulsionou ainda mais.
"Depois do Next Gen, foi um salto de visibilidade muito grande. Era um título que não me dava pontos, mas foi muito importante pois reúne os oito melhores tenistas até 20 anos. Acho que depois dali, vi que tinha mesmo mudado um pouco de vida. Depois, foi no Australian Open. Digo isso não no mundo exterior, mas no interior do tênis. Acho que os jogadores começaram a me conhecer melhor, até me respeitar mais. Outros me viam só como um garoto que estava dando um boom e depois não sabiam o que ia acontecer. Acho que nesta terça-feira (18) me concretizei que posso chegar em um nível melhor. Depois de Buenos Aires, entrei no top 60, 70, não sei (está em 68º). Acho que foi aí que o mundo do tênis viu que eu posso, sim, chegar lá", diz.
FONSECA SE SURPREENDE COM APOIO DE NEYMAR, VINI JR E RONALDO
Aos poucos a ficha de João Fonseca tem caído diante do sucesso de seus resultados recentes. Sempre procurando ficar "offline" durante os torneios e com um perfil discreto nas redes sociais, ele se mostrou surpreso com o apoio que tem recebido de astros do futebol e do esporte em geral, como Vinícius Júnior, Neymar, Ronaldo, Rebeca Andrade, entre outros.
O jovem tenista classificou tais estrelas como "pessoas intocáveis". Ele falou em entrevista coletiva no Rio Open nesta segunda-feira (17).
"Fico simplesmente honrado. São jogadores que são ídolos nacionais e mundiais que estão me parabenizando, sabendo quem eu sou. Neymar, Vinícius Júnior, Ronaldo... Essas pessoas são ídolos para mim, são pessoas que eu via como pessoas intocáveis. Eles estão me parabenizando e sabendo quem eu sou. Isso é simplesmente sensacional. Acho que algumas crianças dizem que eu sou um ídolo para elas e eu falo que há dois anos eu via outras pessoas como ídolos, eu era mais um torcedor. Muita coisa mudou, como eu disse, e estou muito feliz com tudo isso que está acontecendo", afirma João.
FONSECA GARANTE ESTAR RECUPERADO DE DORES EM BUENOS AIRES
João Fonseca chega ao Rio Open após conquistar o ATP de Buenos Aires (ARG) no último domingo (16). Uma cena que causou preocupação aos brasileiros foi ele reclamando de dores na região da cintura, onde precisou de atendimento do fisioterapeuta durante a semifinal, no sábado. O carioca, porém, garantiu que está recuperado para a estreia nesta terça-feira (18) contra o francês Alexandre Muller.
"Estou ótimo fisicamente. Foi uma semana cansativa. Estou bem preparado e me sentindo super bem. A lesão que tive na semifinal e final já está zerada. Estou preparado para o jogo desta quarta-feira (19). Vai ser cansativo, mas vamos para cima", afirma
O QUE MAIS ELE FALOU?
Título do ATP de Buenos Aires: "O meu primeiro título foi muito especial. Acho que muita coisa mudou. Acredito que vai ser um passo bem grande na minha carreira. Que eu possa cada vez mais conseguir jogar torneios maiores. Bom, o primeiro título foi na Argentina, obviamente gostaria de conseguir no Rio, mas do mesmo jeito foi especial".
Ficha da idolatria caiu no Rio: "Bom, muita coisa mudou. Eu diria que na minha carreira as coisas acontecem muito rápido. Fui do juvenil ao profissional, jogando cada vez torneios maiores, ganhando convites e fui crescendo. Acho que o João de um ano atrás nunca acreditaria que eu poderia chegar tão longe, tão cedo. Obviamente acreditaria que eu poderia chegar onde estou e talvez até mais, mas não tão cedo. Feliz com a trajetória até aqui. Eu não sabia o quão tinha viralizado depois do Austrália Open. Eu tinha ficado poucas semanas no Rio. Então eu não sabia o quão tinha de visibilidade, o quão tinha chegado. Eu estou um pouco fora das redes sociais também. Acho que essa semana aqui (no Rio) consegui realmente ver o quanto tudo mudou. Me sinto muito feliz, estou orgulhoso de mim mesmo, mas ao mesmo tempo, sempre querendo mais. Vejo crianças torcendo por mim, me vendo como exemplo, como inspiração. Isso te dá forças para seguir trabalhando cada vez mais".
Fama traz pressão?: "Eu acho que é uma pressão boa, né? É um sonho jogar tênis, é simplesmente uma honra representar o Brasil. Estar fazendo esse papel de inspirar crianças é muito legal e estou fazendo o que eu gosto, o que eu amo. Isso me dá combustível para seguir lutando, trabalhando talvez mais duro, obter títulos. Acho que as coisas vão acontecer naturalmente junto com um trabalho duro".

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