Corinthians faz contas e traça planos por valor que receberá da LFU
(UOL/FOLHAPRESS) - O Corinthians discute internamente como utilizará as verbas de direitos de transmissão que receberá da Liga Forte União (LFU) em dezembro de 2024 e março de 2025.
A destinação dos recursos dependerá do balanço entre o montante que entrará nos cofres alvinegros e as pendências a curtíssimo prazo que o clube precisa sanar.
Ainda não é possível precisar quanto o Corinthians irá embolsar, já que o valor final depende da posição da equipe no Brasileirão. Pelo contrato firmado com a LFU, o mínimo previsto é de R$ 188 milhões, podendo chegar a R$ 230 milhões em caso de título.
Como a diretoria trabalha com a projeção de terminar o campeonato entre os dez primeiros colocados, a expectativa é receber algo entre R$ 200 milhões e R$ 210 milhões.
Metade desse valor será paga em dezembro. No entanto, cerca de R$ 40 milhões serão descontados porque o Corinthians não quitou o empréstimo de R$ 150 milhões obtido no momento da assinatura do acordo com a LFU.
Assim, conforme estipulado em contrato, haverá desconto anual até 2029 no valor de R$ 30 milhões, acrescido de juros de CDI + 3% ao ano.
Considerando os encargos da operação financeira, a diretoria acredita que entre R$ 60 milhões e R$ 70 milhões chegarão aos cofres alvinegros em dezembro.
DÍVIDAS COM TRANSFER BAN PODEM EXTRAPOLAR O QUE O CORINTHIANS TEM A RECEBER
A principal prioridade do clube ao receber a parcela de dezembro é quitar dívidas que impedem ou podem impedir o registro de novos jogadores.
O Corinthians segue com um transfer ban ativo desde agosto, decorrente da dívida com o Santos Laguna, do México, pela contratação do zagueiro Félix Torres no início de 2024.
Há ainda um bloqueio nacional por causa do atraso no pagamento da segunda parcela devida ao Cuiabá, referente à compra do volante Raniele. Essa pendência, porém, já foi resolvida, e o clube aguarda apenas a revogação formal da sanção.
Outro débito relevante envolve o meia Matías Rojas, que defendeu o Corinthians em 2023, em razão do não pagamento de direitos de imagem. O clube foi condenado em todas as instâncias esportivas e não há possibilidade de novo recurso.
A diretoria negocia diretamente com o estafe do jogador, que tem até 2 de janeiro para solicitar a aplicação do transfer ban. Os representantes de Rojas se mostram abertos a um acordo.
O Corinthians foi condenado a pagar cerca de R$ 45 milhões ao atleta e tenta parcelar a quantia. Rojas aceita discutir os termos, mas exige garantias financeiras.
Caso não haja consenso, o clube terá de desembolsar aproximadamente R$ 85 milhões somados os valores referentes ao Santos Laguna e ao meia paraguaio para não iniciar 2025 sob punição. A cifra supera o montante previsto para entrar via LFU em dezembro.
DIANTE DO CENÁRIO, CORINTHIANS NÃO DESCARTA RECORRER A UM NOVO EMPRÉSTIMO
Em reunião do Conselho de Orientação (Cori), realizada em 29 de outubro e cuja ata o UOL teve acesso, o presidente Osmar Stábile solicitou autorização para captar R$ 100 milhões por meio de um empréstimo vinculado às receitas da LFU.
O objetivo da operação é quitar as pendências do clube entre dezembro e janeiro. A proposta foi aprovada pelos conselheiros.
Questionado pela reportagem, Stábile afirmou que pretende recorrer ao empréstimo apenas em caso de extrema necessidade e que a autorização prévia do Cori serve para agilizar o processo, caso a medida se torne inevitável.
Se a contratação do crédito for concretizada, o pagamento será dividido em parcelas de aproximadamente R$ 36 milhões, que serão descontadas já nas cotas previstas para 2026. Assim, os cerca de R$ 100 milhões que o Corinthians teria a receber em março cairiam para algo em torno de R$ 60 milhões.
Além disso, o clube já está comprometido a destinar R$ 20 milhões dessa mesma parcela para cumprir o acordo firmado com o atacante Memphis Depay.
ASSUNTOS: Esportes