A AUSÊNCIA DO SENADOR EDUARDO BRAGA
O senador Eduardo Braga confirmou ontem em entrevista a uma rádio local que é candidato ao governo e que vai “se mudar” para o Amazonas a partir de fevereiro, para montar a sua estrutura de campanha. Com isso, confirma que ele esteve ausente do Estado desde que assumiu a cadeira de senador, e que só retorna agora porque tem uma disputa eleitoral pela frente. Braga também disse que vai conversar com “muita humildade”, mas fala como se só ele soubesse das coisas: “vou buscar a construção do projeto político que eu creio que é bom para o povo do Amazonas e bom pro Amazonas”.
Na sua “humildade”, Braga cutucou o governador Omar Aziz na questão da prorrogação da Zona Franca de Manaus, dizendo indiretamente que lhe falta “articulações nacionais” e “peso no processo do Congresso Nacional”. Só esqueceu que ele está lá há quase quatro anos, pertence ao maior partido aliado, é líder do governo Dilma e até agora não conseguiu articular a votação da PEC da prorrogação. Falta-lhe poder de articulação e peso político?
O senador recorre ao seu passado para falar de “comportamentos estranhos” em relação às candidaturas da deputada federal Rebecca Garcia e do vice-governador José Melo. Foi ele que abandonou o “pai político” Amazonino Mendes, que o fez seu vice e o deixou prefeito de Manaus em 1994, onde começou sua carreira solo abandonando o mestre.
Em sua “ humildade”, detonou literalmente a candidatura de Rebecca em 2012, articulada por Omar e seu próprio grupo político, impondo Vanessa Grazziotin pela simples vaidade de querer derrotar Artur Neto pela segunda vez. Obteve um resultado desastroso. Agora, Braga repete Braga. Na íntegra.

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