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Dólar cai e Bolsa sobe com dados dos EUA e Galípolo em foco

Por Folha de São Paulo

25/11/2025 10h26 — em
Economia



SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O dólar registra queda nesta terça-feira (25), acompanhando o viés de baixa da moeda norte-americana no exterior, enquanto investidores debatem a probabilidade de o Fed (Federal Reserve, o BC dos EUA) cortar os juros em dezembro.

Na agenda do dia, os destaques são a divulgação de dados econômicos dos Estados Unidos e a participação do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, em audiência no Senado, nesta manhã.

Às 11h03, a moeda americana caía 0,41%, cotada a R$ 5,371, em linha com o exterior. No mesmo horário, o índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a outras seis divisas, recuava 0,22%. A Bolsa, por sua vez, tinha alta tímida de 0,10%, a 155.435 pontos.

No mercado doméstico, as atenções do pregão permanecem concentradas nas agendas de autoridades. Investidores estarão atentos à participação de Galípolo em audiência da CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) do Senado nesta manhã.

Na segunda, em evento da Febraban (Federação Brasileira de Bancos), o presidente do BC, Gabriel Galípolo, voltou a afirmar que o Banco Central não está satisfeito com o atual nível da inflação, fora da meta de 3% com tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.

"Não é papel do BC ser ombudsman da política fiscal. A bola que temos que ficar de olho é a inflação", disse.

Ele também afirmou que o regulador precisa de uma evolução constante e que bancos são instituições falíveis ao ser questionado sobre a liquidação do Banco Master. "Acontece nos EUA, na Suíça, acontece. O importante é aprendermos e inovarmos para não repetirmos problemas", afirmou.

Leonel Mattos, analista de Inteligência de Mercado da StoneX, diz que o discurso do Galípolo reforçou a política atual da autarquia. "Os comentários demonstram desconforto com a dinâmica inflacionária e defendem a necessidade de um aperto monetário mais longo".

Ainda por aqui, está prevista para esta terça a votação do projeto de lei complementar que regulamenta a aposentadoria especial dos agentes comunitários de saúde e dos agentes de combate às endemias. Segundo Alcolumbre, com a votação, o Senado "dará um passo decisivo para corrigir uma injustiça histórica".

A medida, considerada uma pauta-bomba, foi apelidada de "contrarreforma da Previdência" por integrantes do governo Lula, e técnicos disseram que ela teria um impacto estimado entre R$ 20 bilhões e R$ 200 bilhões nos próximos anos.

Em outubro, a Câmara aprovou uma PEC (proposta de emenda à Constituição) que tinha objetivo parecido, efetivando vínculos temporários e afrouxando as regras de aposentadoria para esses agentes.

No cenário internacional, o foco é a divulgação de dados econômicos dos EUA pela manhã, com as novas edições da pesquisa mensal de empregos no setor privado e do índice de preços ao produtor (PPI). Os dados influenciam nas apostas de corte de juros do Fed (Federal Reserve, banco central dos EUA) na reunião de 9 e 10 de dezembro.

O Departamento do Trabalho informou que o índice de preços ao produtor aumentou 0,3% em setembro, em linha com a previsão de economistas consultados pela Reuters. Nos 12 meses até setembro, o índice teve alta de 2,7%, depois de avançar pela mesma margem em agosto.

Diretores do Fed terão dificuldades para tomar uma decisão em dezembro. Por mais que a paralisação do governo federal dos EUA tenha se encerrado no começo do mês, dados importantes não foram coletados e tem impactado nas divulgações.

Na quinta, o Departamento do Trabalho dos EUA informou que a economia norte-americana gerou 119 mil postos de trabalho em setembro, no relatório conhecido como "payroll". O órgão também informou que os dados de emprego de outubro e novembro serão publicados em 16 de dezembro, ou seja, após a reunião de política monetária do Fed de dezembro.

Para Leonel Mattos, da StoneX, o Federal Reserve não vai estar numa situação confortável na decisão de dezembro. "Não vai ter dado de inflação, índice de preços ao consumidor (CPI) ou payroll, antes do dia 10 de dezembro, então o Fed vai estar trabalhando com estatísticas oficiais referentes a meses anteriores".

Reduções nos juros dos EUA costumam ser uma boa notícia para os mercados globais —e o oposto também é verdadeiro. Como a economia norte-americana é vista como a mais sólida do mundo, os títulos do Tesouro, também chamados de "treasuries", são um investimento praticamente livre de risco.

Quando os juros estão altos, os rendimentos atrativos das treasuries levam operadores a tirar dinheiro de outros mercados. Quando eles caem, a estratégia de diversificação vira o norte, e investimentos alternativos ganham destaque.


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O Portal do Holanda foi fundado em 14 de novembro de 2005. Primeiramente com uma coluna, que levou o nome de seu fundador, o jornalista Raimundo de Holanda. Depois passou para Blog do Holanda e por último Portal do Holanda. Foi um dos primeiros sítios de internet no Estado do Amazonas. É auditado pelo IVC e ComScore.

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