Desemprego cai em 22 estados no segundo trimestre
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - Em um contexto de retomada de atividades econômicas, a taxa de desemprego teve queda em 22 estados no segundo trimestre, frente aos três meses anteriores, informou nesta sexta-feira (12) o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Houve estabilidade nas outras cinco unidades da federação, de acordo com a Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua).
As reduções mais intensas, de mais de 3 pontos percentuais, ocorreram no Tocantins (de 9,3% para 5,5%), em Pernambuco (de 17% para 13,6%) e em Alagoas (de 14,2% para 11,1%).
Em São Paulo, estado mais populoso do país, a taxa de desemprego recuou de 10,8% para 9,2%.
Segundo os critérios da pesquisa, Distrito Federal (11,5%), Amapá (11,4%), Ceará (10,4%), Rondônia (5,8%) e Mato Grosso (4,4%) mostraram relativa estabilidade frente ao primeiro trimestre, sem variações estatísticas tão relevantes.
Entre abril e junho, as maiores taxas de desemprego foram registradas na Bahia (15,5%), em Pernambuco (13,6%) e em Sergipe (12,7%), na região Nordeste.
As menores ficaram localizadas em Santa Catarina (3,9%), Mato Grosso (4,4%) e Mato Grosso do Sul (5,2%), nas regiões Sul e Centro-Oeste.
A Pnad considera tanto o mercado de trabalho formal quanto o informal. Ou seja, são avaliados desde empregos com carteira assinada e CNPJ até os populares bicos.
No Brasil, a taxa de desemprego recuou para 9,3% no segundo trimestre, conforme dados divulgados pelo IBGE no último dia 29.
É o menor patamar para esse período desde 2015. À época, o indicador estava em 8,4%, e a economia atravessava recessão.
O número de desempregados no país, por sua vez, diminuiu para 10,1 milhões de abril a junho deste ano, em um contexto de menores restrições a atividades econômicas.
Pelas estatísticas oficiais, a população desocupada reúne quem está sem trabalho e segue à procura de novas vagas. Quem não tem emprego e não está buscando oportunidades não entra no cálculo.
RENDA FRAGILIZADA
Adriana Beringuy, coordenadora de trabalho e rendimento do IBGE, avaliou nesta sexta que o aumento da ocupação contribuiu para a queda do desemprego em diferentes recortes, incluindo o geográfico.
Porém, a pesquisadora frisou que a renda do trabalho não vem acompanhando essa expansão na mesma velocidade. Vagas com salários menores e o impacto da inflação podem explicar o rendimento fragilizado na média, segundo ela.
No Brasil, a renda foi estimada em R$ 2.652 no segundo trimestre, conforme os dados divulgados já no final de julho. É o menor valor para o período na série histórica, iniciada em 2012.
Entre as unidades da federação, o Distrito Federal teve o maior rendimento médio no segundo trimestre deste ano, mostram os dados publicados nesta sexta. O valor foi de R$ 4.446.
Rio de Janeiro e São Paulo vieram na sequência, com R$ 3.248. Na outra ponta da lista, o Maranhão apareceu com a renda do trabalho mais baixa, estimada em R$ 1.654.
O IBGE indicou que somente o Piauí teve avanço estatisticamente significativo frente ao primeiro trimestre de 2022. A alta foi de 8,4% o indicador pulou de R$ 1.715 para R$ 1.859. As demais unidades da federação apontaram estabilidade nesse recorte.
Já na comparação com o segundo trimestre de 2021, sete registraram quedas. As demais, estabilidade. Ou seja, não houve crescimento significativo em nenhum estado ou no Distrito Federal.
Em Pernambuco, o rendimento médio caiu 12,8% frente ao segundo trimestre de 2021, para R$ 1.789. Em Sergipe, a baixa foi de 12%, para R$ 1.875. A dupla mostrou as maiores perdas relativas.
"O rendimento não vem apresentando uma expansão em termos reais", disse Beringuy.
A Pnad também sinalizou que, enquanto as taxas de desemprego dos homens (7,5%) e das pessoas brancas (7,3%) ficaram abaixo da média nacional (9,3%), os índices das mulheres (11,6%) e das pessoas pretas (11,3%) e pardas (10,8%) continuaram mais altos no segundo trimestre deste ano.
TAXA DE DESEMPREGO NAS UFS
No 2º tri.2022, em %
Bahia 15,5
Pernambuco 13,6
Sergipe 12,7
Rio de Janeiro 12,6
Paraíba 12,2
Rio Grande do Norte 12
Acre 11,9
Distrito Federal 11,5
Amapá 11,4
Alagoas 11,1
Maranhão 10,8
Ceará 10,4
Amazonas 10,4
Piauí 9,4
São Paulo 9,2
Pará 9,1
Espírito Santo 8
Minas Gerais 7,2
Goiás 6,8
Rio Grande do Sul 6,3
Roraima 6,2
Paraná 6,1
Rondônia 5,8
Tocantins 5,5
Mato Grosso do Sul 5,2
Mato Grosso 4,4
Santa Catarina 3,9
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