Jovem mata o próprio pai, tia e sobrinha para receber herança
O ano de 2013 foi marcado por um triplo homicídio na mesma família, que deixou a sociedade amazonense estarrecida. Na madrugada do dia 22 de janeiro, três pessoas da mesma família, Gabriela Belota, 26, Maria Gracilene Belota, 52, mãe de Gabriela, e Roberval Roberto de Brito, 63 anos, tio de Gabriela, foram mortos de forma violenta. O caso ficou conhecido como “Caso Belota”.
A manhã de terror começou quando a empregada doméstica Maria Nézia Vitor Amorim chegou, por volta das 8 horas da manhã, no apartamento de Maria Gracilete para iniciar a sua jornada de trabalho e encontrou os corpos da mãe e filha.
Ao entrar, a cena de terror inicial foi ver o corpo de Gracilene, que era coordenadora de Relações Internacionais da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), no corredor da residência, sem vida.
Ao procurar Gabriela em seu quarto constatou que a jovem também estava morta, enrolada num lençol. O cenário macabro se completou com a visão do cachorrinho de Gabriela, de nome Rick, também morto, dependurado pelo pescoço num armador de rede.
Gabriela Belota era uma conhecida blogueira da cidade que dava dicas de moda e de estilo, junto com uma amiga, Carol Pedrosa, no blog “Se Joga”. Estudante de Odontologia da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), ela era apaixonada pelo seu cão Rick, da raça Yorkshire, sempre presente com ela nas fotos das redes sociais.
No mesmo dia, o tio de Gabriela, Roberval Roberto de Brito, 63 anos, foi encontrado morto, amarrado e estrangulado na casa dele, na Rua Rêgo de Barros, no bairro São Raimundo, Zona Oeste.
ESTRUPRO E ESTRANGULAMENTO
Embora inicialmente a polícia tenha descartado abuso sexual de mãe e filha, pois ambas estavam vestidas, a autópsia encontrou esperma no corpo de Gabriela. A autópsia confirmou que a jovem fora estuprada, estrangulada e morreu por asfixia, pois sua cabeça foi coberta por um saco plástico e havia um corte em seu pescoço.
A polícia suspeitou que o assassino seria um conhecido da família, pois em ambos os casos não foi constatado indícios de arrombamentos nas residências das vítimas. Outro fato que chamou a atenção da polícia é que Roberval foi morto de forma idêntica a das duas, por estrangulamento.
As investigações começaram por tentar identificar algum familiar interessado nas mortes.
Mas a polícia não precisou de grandes investigações para chegar aos culpados. Na noite do mesmo dia 22 de janeiro, ao ouvir o depoimento de Rodrigo de Moraes Alves, 19, Ruan Pablo Bruno, Cláudio Magalhães, 18, e Jimmy Robert de Queiroz Brito, 33, na Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS), o mistério foi desvendado.
Durante o depoimento, comandado pelo delegado Divanilson Cavalcante, titular da DEHS, dois dos suspeitos, Ruan e Rodrigo, confessaram o triplo homicídio e para surpresa de todos, apontaram a participação do filho de Roberval, Jimmy Robert, publicitário, como mentor dos crimes.
Ele inicialmente negou tudo. Mas a linha de investigação da polícia de que havia uma briga por herança derrubou os argumentos do publicitário que, no dia 23, acabou confessando.
ASSUNTOS: Caso Belota