Para justificar legalmente as tarifas de 50% impostas contra o Brasil, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, está preparando uma nova declaração de emergência. A informação é da correspondente da TV Globo, Raquel Krähenbühl, nesta sexta-feira (25).

A ordem executiva, que mira principalmente produtos brasileiros, deve ser assinada na próxima semana, e seria uma tentativa de legitimar o tarifaço, já que a situação comercial entre os dois países difere da dos demais alvos da medida.

Ao contrário de outras nações que mantêm superávit comercial com os EUA, o Brasil registra déficit desde 2009. A Bloomberg News informou que o Escritório do Representante de Comércio dos EUA (USTR) confirmou a preparação da medida durante reuniões com o Congresso. Paralelamente, Trump pediu ao USTR que investigue o Brasil com base na Seção 301, alegando "práticas desleais" — sem, no entanto, apresentar provas que sustentem essas alegações.

A decisão tem sido vista como retaliação política, após Trump declarar apoio público a Jair Bolsonaro, réu por tentativa de golpe. Os filhos do ex-presidente, Eduardo e Flávio Bolsonaro, também confirmaram que o tarifaço se tratava de uma manobra política para pressionar o Brasil a aprovar a anistia.

O atual presidente Lula (PT) rechaçou qualquer interferência externa e manteve a posição de independência do Judiciário. Enquanto isso, uma comissão de senadores brasileiros viajou aos EUA em busca de diálogo, mas encontrou resistência: segundo o blog de Valdo Cruz, a reunião "está sendo boicotada pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e pelo blogueiro Paulo Figueiredo", e Trump proibiu sua equipe de negociar com o Brasil.