Primeira remessa de vacinas deve acabar até 31 de janeiro
A primeira remessa de vacinas distribuída no país deve acabar até o dia 31 de janeiro na maioria das capitais. Ao menos 17 das 27 cidades (incluindo o Distrito Federal) planejam terminar de aplicar a primeira dose nos grupos prioritários até a data prevista, segundo levantamento feito pela Folha com as prefeituras, que são as responsáveis pela vacinação.
Só Goiânia e Recife estimam um tempo maior, de três semanas, e o restante não tem previsão.
Quatro desses municípios já estão usando todas as vacinas disponíveis e, portanto, dependem da chegada de mais frascos para ministrar a segunda dose daqui a duas a três semanas. Integram esse grupo São Paulo, Boa Vista, Rio Branco e Goiânia.
As capitais somam 1,4 milhões de unidades da Coronavac recebidas, de um total de 6 milhões importadas e distribuídas nesta semana. Considerando que as próximas levas de imunizantes que o Brasil planeja disponibilizar têm quantidade parecida, eles também não devem durar muito.
O país deve conseguir mais 6,8 milhões de doses no total a curto prazo. Isso inclui 2 milhões da vacina de Oxford/AstraZeneca, que devem chegar nesta sexta (22) após a Índia finalmente dar sinal verde à exportação, e outras 4,8 milhões da Coronavac, que já foram envasadas pelo Instituto Butantan e aguardam autorização emergencial da Anvisa.
A agência afirmou que deve responder à solicitação já nesta sexta, apesar de o prazo expirar na próxima quinta (28). Se aprovadas, as vacinas já podem ser imediatamente encaminhadas ao governo federal para serem enviadas aos estados.
Depois disso, o Brasil só terá mais doses quando a China permitir o envio dos insumos necessários para que o Butantan e a Fiocruz processem os dois imunizantes. A fundação no Rio de Janeiro estima que conseguirá entregar as primeiras remessas apenas em março.
Diante da escassez de vacinas, todas as capitais têm seguido a orientação de priorizar os profissionais de saúde que atuam na linha de frente contra a Covid-19 e os idosos que vivem em instituições de longa permanência, de maneira geral. Seis cidades incluem indígenas nessa lista.
Os municípios que preveem encerrar a aplicação da primeira dose mais cedo, já nesta sexta, são Belo Horizonte, Natal e Vitória.
Manaus, que vive uma crise de falta de leitos e de oxigênio, chegou a suspender a imunização nesta quinta (20) para reformular sua logística. Foi uma recomendação de órgãos de controle, após a prefeitura priorizar médicos recém-formados que atendem casos leves frente a servidores idosos e com comorbidades que atendem casos graves.
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