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PM entra com metralhadora em escola infantil de SP após pai reclamar de desenho de orixá

Por Portal Do Holanda

18/11/2025 11h07 — em
Brasil


Foto: Exército/divulgação

Quatro policiais militares, um deles portando uma metralhadora, teriam circulado por uma escola na Zona Oeste de São Paulo, após uma denúncia feita pelo pai de uma aluna. Segundo relatos de uma funcionária da escola, o pai alegou que a instituição estaria forçando a criança a ter "aula de religião africana" por conta de um desenho que continha o nome "Iansã". A ação policial, ocorrida na terça-feira (11), teria provocado grande constrangimento e medo entre os profissionais e familiares dos alunos, além de ter resultado em coação de uma funcionária, que teria sido interpelada pelos PMs por cerca de 20 minutos.

A profissional da Emei explicou aos policiais que o trabalho pedagógico está alinhado com o "currículo antirracista, documento oficial da rede" de ensino da capital paulista, que torna obrigatório o ensino de história e cultura afro-brasileira. Contudo, a jornalista Ana Aragão, representante da Rede Butantã, denunciou que o pai da aluna rasgou os desenhos expostos no mural da escola e que o comandante de área da PM teria "assediado" a comunidade escolar. A denúncia aponta que os agentes teriam orientado a comunidade "de forma errônea e racista", classificando o trabalho pedagógico como inadequado.

Em resposta à repercussão do caso, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou que a Polícia Militar instaurou uma apuração sobre a conduta da equipe que atendeu à ocorrência, incluindo a análise das imagens registradas pelas câmeras corporais dos policiais. A Secretaria Municipal da Educação, por sua vez, limitou-se a esclarecer que o pai da estudante foi informado de que a atividade em questão integra as propostas pedagógicas da escola, visando a promoção da diversidade cultural e formação cidadã, e que tais propostas estão em conformidade com o Currículo da Cidade de São Paulo.

O caso gerou profunda indignação na comunidade local, levando moradores a elaborarem um abaixo-assinado em defesa da escola e de seus profissionais. O documento manifesta apoio irrestrito à Emei e repudia qualquer forma de intolerância religiosa, racismo ou discriminação, defendendo uma educação plural e inclusiva. Além de pedir a investigação da conduta dos policiais por possível abuso de autoridade, o abaixo-assinado solicita a apuração e responsabilização do pai que danificou os materiais pedagógicos e acionou a PM, cujas imagens de toda a ação estariam disponíveis nas câmeras da escola.


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O Portal do Holanda foi fundado em 14 de novembro de 2005. Primeiramente com uma coluna, que levou o nome de seu fundador, o jornalista Raimundo de Holanda. Depois passou para Blog do Holanda e por último Portal do Holanda. Foi um dos primeiros sítios de internet no Estado do Amazonas. É auditado pelo IVC e ComScore.

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