Omar Aziz diz que CPI da Covid terá 'início, meio e fim'
O senador do Amazonas, Omar Aziz foi o escolhido para liderar a CPI da Covid. Em um das suas primeiras entrevistas como presidente, ele garantiu que a CPI terá início, meio e fim e que não vai ignorar os mais de 400 mil brasileiros mortos pela doença que devasta o país desde o ano passado:
“A CPI vai ter início, meio e fim. Não dá para uma pessoa como eu, do estado do Amazonas, que foi um dos estados que mais sofreram com a pandemia, fazer de conta que não aconteceu nada. O Brasil tem em torno de 2,5% da população mundial, e nós representamos 26% de óbitos. Vamos chegar em uma semana a mais de 400 mil óbitos. Em outubro de 2019, todos os cientistas, as pessoas que trabalhavam no Ministério da Saúde já sabiam que a pandemia ia chegar no Brasil O Brasil não fez absolutamente nada para impedir a entrada do vírus no início”, disse em entrevista à Globonews, nesse domingo (18).
Omar disse que o processo de investigação ocorrerá de forma séria e transparente e adiantou que pretende pedir explicações sobre a falta de oxigênio que culminou na morte de várias pessoas em Manaus, assim como sobre a demora nas negociações que envolvem a compra de vacinas:
“Nós temos relações comerciais com o mundo todo, o Brasil não tem inimigos, e nós temos dificuldade de trazer insumos para produzir vacinas. Eu sei, eu perdi um
irmão, há 40 dias atrás, mas eu não culpo ninguém, porque essa doença é fatal para qualquer pessoa. Eu não posso dizer que o presidente foi responsável pela morte do meu irmão, que o governador fez isso, eu quero é que mais vidas sejam salvas. E aí, não tem cargo no governo, não tem recurso para o estado que faça eu mudar um centímetro dessa nossa linha de investigação”, afirma.
Aziz contou ainda que já tem um relator para indicar e que escolheu Renan Calheiros, do MDB de Alagoas, para esta posição.
O estado do Amazonas foi um dos mais atingidos pela segunda onda da covid-19 no país e enfrentou em meio à pandemia, um colapso sem precedentes na saúde provocado pela falta de oxigênio, leitos de UTI e material para combater a doença.
Milhares de amazonenses perderam a vida por conta do caos que se instalou no estado e foi ignorado pelas autoridades.
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