O líder do PL na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante, afirmou nesta quinta-feira (15) que o partido vai atuar para evitar a cassação da deputada Carla Zambelli (PL-SP), condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). 

"O plenário é quem cassa o mandato dela, não o STF. Vamos trabalhar ao máximo para que ela não seja cassada. É pura perseguição à mulher mais votada na última eleição. Vou ajudá-la com certeza", disse ao blog nesta quinta-feira (15).", disse Sóstenes à jornalista Andréia Sadi, do G1. 

Zambelli foi sentenciada pela Primeira Turma do STF a 10 anos de prisão, em regime fechado, além da perda do mandato parlamentar e inelegibilidade. O hacker Walter Delgatti, também condenado no caso, recebeu pena de 8 anos e 3 meses. Ambos terão que pagar indenização de R$ 2 milhões por danos morais e coletivos. A condenação ainda cabe recurso.

Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), Zambelli e Delgatti agiram para desacreditar o Judiciário e incitar atos antidemocráticos. A denúncia aponta que a deputada orientou o hacker a inserir documentos falsos no sistema do CNJ, incluindo um falso mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes. Para o STF, a parlamentar agiu como instigadora e mandante dos crimes.

Caso a condenação seja mantida em instâncias superiores, a perda do mandato será decidida pelo plenário da Câmara. A inelegibilidade segue os critérios da Lei da Ficha Limpa. Para o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, as ações de Zambelli representaram uma grave afronta à Justiça e à democracia.