O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou nesta sexta-feira (9) para condenar a deputada Carla Zambelli (PL-SP) e o hacker Walter Delgatti pela invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). No julgamento, que ocorre no plenário virtual da Primeira Turma do STF, Moraes propôs pena de 10 anos de prisão em regime fechado para Zambelli e 8 anos e 3 meses para Delgatti, além de multa para ambos.

O ministro também sugeriu a cassação do mandato da parlamentar, medida que deverá ser decidida pela Câmara caso a condenação seja confirmada. Moraes afirmou que Zambelli agiu como “instigadora” e “mandante” do ataque cibernético, enquanto Delgatti executou a invasão por promessa de emprego. Ambos podem ficar inelegíveis e ainda devem pagar R$ 2 milhões por danos morais coletivos, segundo o voto do relator.

Na denúncia, a Procuradoria-Geral da República (PGR) acusou os dois de articulação para desacreditar o Judiciário e incitar atos antidemocráticos. A acusação inclui falsidade ideológica e invasão de dispositivo informático, com a criação de um falso mandado de prisão contra Moraes. A PGR pediu a cassação de Zambelli por abuso do cargo e tentativa de desestabilização institucional.

A defesa de Zambelli alega falta de provas e aponta contradições nos relatos de Delgatti. Já a defesa do hacker diz que ele colaborou com as investigações e reafirma que agiu a mando da deputada. O julgamento segue até 16 de maio e os demais ministros da Primeira Turma — Luiz Fux, Cármen Lúcia, Cristiano Zanin e Flávio Dino — ainda devem apresentar seus votos.