Mauro Barbosa Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, prestou depoimento por mais de três horas à Polícia Federal em Brasília nesta sexta-feira (13). Ele é investigado por suposta tentativa de usar a cidadania portuguesa para obter passaporte e driblar uma proibição judicial, com o objetivo de deixar o Brasil. A operação também resultou na prisão do ex-ministro do Turismo Gilson Machado, que teria auxiliado no esquema.

De acordo com a Polícia Federal, Gilson Machado atuou junto ao Consulado de Portugal em Recife para viabilizar a emissão do passaporte português para Mauro Cid, em uma tentativa de facilitar sua saída do país. A investigação da Procuradoria-Geral da República (PGR) aponta que Cid tentou obter a cidadania portuguesa desde janeiro de 2023. A defesa do militar, no entanto, afirma que ele possui documentos portugueses, mas nega intenção de fugir do Brasil.

Mauro Cid e Gilson Machado são alvos da investigação ligada a um inquérito que apura uma tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022, quando Jair Bolsonaro foi derrotado por Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo a PGR, o plano buscava manter Bolsonaro no poder de forma ilegítima. O ex-ministro foi preso em Recife e deve responder por sua participação no caso.

A defesa de Mauro Cid ressaltou que ele está disposto a entregar sua carteira de identidade portuguesa à Justiça e não tem planos de solicitar passaporte ou deixar o país sem autorização judicial. O inquérito segue sob investigação, e a Polícia Federal continuará apurando possíveis envolvimentos na trama golpista.