Os direitos do povo são inegociáveis e o futuro do país não será sacrificado num tabuleiro de interesses menores. pic.twitter.com/XaQ7ttg0JJ

— Fernando Haddad (@Haddad_Fernando) October 9, 2025

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, acusou o Congresso Nacional de agir deliberadamente para prejudicar os mais pobres ao deixar que uma Medida Provisória (MP) 1303 alternativa ao IOF, que visava arrecadar mais R$ 17 bilhões, perdesse a validade. A MP buscava aumentar a tributação de bilionários, bancos e empresas de apostas (bets) para garantir investimentos em saúde e educação. Em uma forte crítica nas redes sociais, Haddad afirmou que o ato foi motivado por um "lobby dos privilegiados".

Haddad foi direto ao declarar a motivação da derrubada: “Apesar de muita negociação, ontem o lobby dos privilegiados prevaleceu no Congresso e derrubou essa medida. Não foi descuido, foi escolha.” O ministro continuou explicando o que essa escolha representa: “A escolha consciente de tirar direitos dos mais pobres, para proteger os privilegiados. De blindar os mesmos amigos de sempre e forçar cortes contra aqueles que mais precisam do Estado.” Ele enfatizou que a MP era uma medida "simples e justa", que buscava "cobrar o mínimo de bilionários, bancos e betes".

O ministro também fez um alerta, lembrando que a população está cada vez mais atenta às decisões políticas. Ele disse que o Congresso "mais uma vez, esqueceu que o povo brasileiro está cada vez mais atento, sabe o que está em jogo e como o jogo é jogado." Haddad ressaltou que a medida ajudaria a bancar a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil e reforçou a mensagem do governo: “O resultado das urnas precisa ser respeitado. E ele foi claro. Incluir o pobre no orçamento e o rico no imposto de renda.” O ministro concluiu a crítica, sugerindo que "o povo mostrará sua força e dará um basta".

Com a perda da MP, o governo federal precisa urgentemente encontrar uma forma de recompor o caixa em R$ 35 bilhões (R$ 17 bi em 2026 e R$ 18 bi em 2027). Haddad informou que o presidente Lula deve discutir alternativas na próxima semana. O ministro não descartou a possibilidade de o governo recorrer ao corte de gastos já aprovado, o que pode incluir a redução de emendas parlamentares. Apesar do impacto, Haddad minimizou a perda imediata, dizendo que a derrubada terá um efeito mínimo no ano de 2025.