Barroso rebate especulações sobre aposentadoria ter relação com sanções dos EUA
O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou veementemente nesta quinta-feira (9) que as sanções aplicadas pelo governo dos Estados Unidos tenham sido um fator em sua decisão de se aposentar da Corte.
Em entrevista coletiva concedida após o anúncio de sua aposentadoria antecipada, Barroso explicou que sua intenção de deixar o tribunal já era antiga, planejada para um período de cerca de 12 anos na Corte, para a qual foi nomeado em 2013 pela ex-presidente Dilma Rousseff.
Ele revelou que comunicou essa intenção ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva há aproximadamente dois anos: "Dois anos atrás, eu já tinha dito ao presidente [Lula] essa minha intenção [de deixar o STF]. Não me comprometi, mas disse que era uma intenção possível."
Em seguida, Barroso foi categórico ao afastar qualquer relação entre sua saída e a polêmica internacional: "Não tem nenhuma relação com os Estados Unidos. Espero que isso se resolva. Ele classificou a ação americana como equivocada, baseada em informações falsas: Foi um movimento errado, com base em uma narrativa falsa, e que a gente tem que continuar a desfazer", afirmou.
O ministro também mencionou que tentou se reunir com Lula na véspera para avisar sobre o anúncio da aposentadoria, mas o encontro foi desmarcado: "Tinha marcado uma audiência para ontem, mas com as circunstancias políticas, foi preciso adiar. Não consegui falar diretamente com ele", completou.
Barroso participou de sua última sessão plenária e permanecerá no STF até a próxima semana para liberar os processos sob sua responsabilidade. Com sua saída, caberá ao presidente Lula indicar o novo integrante, que passará pelo crivo do Senado.
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