Escuta revela presidente do PT dando comandos para Ministro Jaques Wagner
No dia 10 de março, o presidente do PT, Rui Falcão, fez um pedido para que o Palácio do Planalto reagisse à ofensiva do Ministério Público de São Paulo (MP-SP), que denunciou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo caso do triplex em Atibaia. Em conversa com o então ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, gravada por investigadores da Lava-Jato, Falcão pede que o governo tome uma "iniciativa":
— O louco do Conserino aqui pediu a preventiva do Lula. (...) Alguma iniciativa vocês precisam tomar. Porque tá na mão de uma juíza da quarta vara que não sabe quanto toma decisão, mas pode tomar decisão hoje — afirmou o presidente do PT.
Conforme o portal G1, a investigação apontou também uma fala sobre o que aconteceria com o pedido de prisão caso Lula quisesse virar ministro imediatamente. Na conversa, Falcão fala que houve pressão para que o cargo fosse assumido ao ser questionado por Wagner se a proposta havia sido aceita pelo ex-presidente.
— Não, mas nós "tamo", todo mundo pressionou ele aqui. Fernando Haddad, todo movimento sindical, todo mundo — disse Falcão.
A escuta foi gravada no dia 10 de março, data em que os promotores Cassio Conserino, José Carlos Blat e Fernando Henrique Araújo, do Ministério Público de São Paulo, pediram a prisão preventiva de Lula. Na segunda-feira passada, a juíza responsável por julgar o pedido, Maria Priscilla Ernandes Veiga de Oliveira, da 4ª Vara Criminal da Justiça de São Paulo, transferiu o caso para a a 13ª Vara Federal de Curitiba, onde atua o juiz Sergio Moro. Ela considerou que o caso não é de competência estadual e deve ser remetido ao Paraná, onde Lula também é investigado.
Na quarta-feira desta semana, o juiz Sergio Moro já havia divulgado um áudio que mostrava a presidente Dilma Rousseff falando de um termo de posse que Lula poderia usar "em caso de necessidade", medida vista pela oposição como tentativa de blindar o petista contra a prisão. O Planalto contestou alegando que o documento seria enviado porque talvez o ex-presidente não pudesse comparecer à cerimônia de posse.
ASSUNTOS: Brasil