Deputados pedem CPI para investigar esquema que desviou R$ 6,3 bilhões do INSS

A oposição na Câmara dos Deputados alcançou o número mínimo de 171 assinaturas para protocolar o pedido de abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) com o objetivo de investigar um esquema de descontos ilegais aplicados em aposentadorias e pensões do INSS. A decisão agora está nas mãos do presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), que avaliará se irá autorizar a instalação da comissão.
A iniciativa foi motivada pela operação "Sem Desconto", deflagrada na semana passada pela Polícia Federal (PF) e pela Controladoria-Geral da União (CGU). As investigações apontam que, entre 2019 e 2024, pelo menos 11 sindicatos teriam aplicado descontos indevidos em benefícios previdenciários, movimentando cerca de R$ 6,3 bilhões de forma irregular. Os valores eram cobrados como se fossem mensalidades associativas, sem a devida autorização dos aposentados.
O esquema envolvia falsificação de assinaturas, acesso indevido a dados sigilosos e até coações por telefone. Os beneficiários, muitos deles idosos e analfabetos, eram surpreendidos com cobranças de mensalidades a entidades às quais nunca haviam se filiado. Após a operação, o governo suspendeu temporariamente todos os convênios que permitiam esse tipo de desconto na folha de pagamento do INSS.
Para verificar se foi vítima das cobranças, o segurado pode acessar o site ou o aplicativo do Meu INSS, fazer login com CPF e senha, e consultar o extrato de seu benefício. Caso identifique descontos irregulares, é possível solicitar a exclusão da cobrança e bloquear novos lançamentos, também pela plataforma ou pela Central 135.
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