Deputado do Amazonas diz que esquerda mente ao negar deficit previdenciário
O presidente da comissão especial que analisa a reforma da Previdência (PEC 6/2019), deputado Marcelo Ramos (PR-AM), disse nesta sexta-feira, 10, que falta transparência no debate sobre as mudanças propostas. “Se nós corrigimos as narrativas e formos verdadeiros com a população, ainda que existam algumas incompreensões momentâneas, o tempo vai cuidar de mostrar que nós estamos pensando no futuro do país”, disse após palestrar sobre a reforma na Fundação Getulio Vargas (FGV).
Segundo ele, a oposição não diz a verdade ao negar o saldo negativo nas contas públicas provocado pelo desequilíbrio no pagamento das aposentadorias. “É preciso dizer a verdade que a Previdência tem deficit, sim. Não é verdade que a Previdência não tem deficit”, enfatizou.
Mas, na avaliação do deputado, o governo também precisa ser mais claro sobre os objetivos das alterações no sistema previdenciário. “Falta dizer que não é verdade que a reforma é só para combater privilégios, ela é para fazer ajuste fiscal, ela pede sacrifícios de pessoas de renda média e baixa. Mas ela é necessária para gerar empregos para quem não tem renda nenhuma”, ressaltou.
Articulação do governo é inábil
Sobre a articulação para a aprovação do texto, o deputado classificou como “inábil” a atuação do governo no Congresso. “O governo é muito inábil nesse trato com o Congresso. Hoje, o maior inimigo da reforma é o próprio governo.”
A reforma sofre ainda, de acordo com Ramos, com as tentativas de bloqueio feitas pelas organizações que representam os servidores públicos. “O tamanho da reforma será o tamanho da capacidade do parlamento de resistir às pressões corporativas de servidores públicos”, afirmou.
O presidente da comissão considera, no entanto, que a remoção de alguns temas controversos não vão trazer prejuízo aos resultados da reforma. Ramos mencionou a aposentadoria especial para professores, a aposentadoria rural e o Benefício de Prestação Continuada (BPC). O benefício é pago para deficientes, sem limite de idade, e idosos, a partir de 65 anos, no valor de um salário mínimo. O benefício é concedido a quem é considerado em condição de miserabilidade, com renda mensal per capita inferior a um quarto do salário mínimo.
“Com a atualização que o governo fez de que a economia prevista com a reforma é de R$ 1,2 trilhão. Se você tirar o BPC, o rural e os professores, nós ainda seremos uma economia na ordem de R$ 1,1 trilhão. O que demonstra que é possível fazer uma reforma protegendo as pessoas mais pobres sem perder a potência fiscal”, disse o deputado.
Fonte: Ag. Br/EBC
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