Defesa aponta erro e diz que Augusto Heleno foi diagnosticado com Alzheimer este ano
A defesa do general Augusto Heleno, ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), informou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que o militar foi diagnosticado com Alzheimer apenas no início de 2025, e não em 2018, como indicado por perícia do Exército. O esclarecimento foi feito após o ministro Alexandre de Moraes solicitar laudos médicos que comprovassem a doença antes de decidir sobre o pedido de prisão domiciliar do general.
Heleno, condenado em setembro a 21 anos de prisão em regime inicialmente fechado por participação no plano de golpe de Estado de 2022, começou a cumprir a pena no dia 25 de novembro. O advogado Matheus Milanez argumenta que, devido à idade avançada de Heleno, 78 anos, e ao diagnóstico de Alzheimer, o cumprimento da pena deveria ocorrer em casa, em caráter humanitário.
Segundo a defesa, houve equívoco na interpretação da perícia do Exército, que afirmou que Heleno convive com a doença desde 2018. O general, na verdade, possui acompanhamento médico e psiquiátrico desde 2018, mas o diagnóstico de Alzheimer foi formalizado apenas em janeiro de 2025. Milanez reforçou que, durante a tramitação da ação penal, o general optou por responder apenas às perguntas do advogado por não ter segurança sobre fatos e cronologias passadas.
O ministro Alexandre de Moraes determinou o envio de todos os documentos médicos, relatórios, exames e prontuários desde 2018 para verificar a evolução da doença. A defesa reiterou que não há exames referentes a Alzheimer entre 2018 e 2023 e reforçou o parecer favorável da Procuradoria-Geral da República (PGR) para a concessão de prisão domiciliar ao general, com urgência, devido ao quadro de saúde.
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