Bombeiros continuam buscas por cinco desaparecidos nos escombros de prédio
SÃO PAULO — Os bombeiros continuam neste sábado as buscas por cinco pessoas desaparecidas no desabamento do prédio Wilton Paes de Almeida, no Centro de São Paulo. Ontem, a Polícia Civil confirmou que o corpo encontrado é do homem que estava sendo resgatado do incêndio quando o prédio desabou na madrugada do feriado de 1º de Maio. A vítima é Ricardo Oliveira Galvão Pinheiro, de 39 anos, conhecido como Tatuagem, e a identificação foi feita após os exames nas digitais.
Ricardo estava sendo resgatado pelos bombeiros quando o edifício em chamas caiu. O homem já tinha colocado o cinto e preparava-se para ser puxado pelos socorristas. As imagens da queda foram registradas pela câmeras de TV.
Os demais desaparecidos são: Selma Almeida da Silva, de 41 anos, os filhos gêmeos dela Welder e Wender, de 9 anos, Eva Barbosa Lima, 42; e Walmir Sousa Santos. 47.
Na quinta-feira, as duas filhas de Eva, Edivânia da Silveira e Evaneide, buscavam informações sobre a mãe. Eva e o marido moravam no prédio e não foram vistos desde o desabamento.
— Eu penso que ela está aí, porque eu deixei ela aí. Ou então, se alguém tentou salvar ela, fui no hospital e não achei — diz Evaneide.
A polícia de São Paulo vai investigar movimentos de moradia que cobram aluguel de sem-teto em ocupações. Equipes que atuam no combate ao crime organizado dizem ter indícios de que o Primeiro Comando da Capital (PCC) usa algumas dessas ocupações como fachada para esconder drogas, armas e traficantes. Moradores do prédio que desabou relataram que pagavam até R$ 400 por mês para o Movimento da Luta Social por Moradia (MLSM), responsável pela ocupação do edifício.
Na noite de sexta-feira, Ananias Pereira dos Santos, apontado como um dos líderes do MLSM se apresentou para prestar depoimento à polícia na condição de testemunha. Ananias negou as acusações de que cobrava dinheiro dos moradores e afirmou que não é lider de movimentos de ocupação.
— Não sou líder de movimento nenhum. Eu só ajudo as pessoas — disse na saída da delegacia ao site G1.
— Não existe cobrança nenhuma. Só estou indignado desse negócio de ficarem falando que eu sou fugitivo. Ananias não foge de nada. Estou triste, chateado, magoado. Quem está falando isso não tem prova nenhuma.
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