Bolsonaro é apontado pela PF como responsável por espionagem da Abin

A Polícia Federal apontou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) como responsável criminal pelo uso da Abin para promover espionagem ilegal durante seu governo, segundo informa reportagem da jornalista Daniela Lima, do G1. Apesar disso, o nome de Bolsonaro não foi incluído na lista dos 36 novos indiciados pela corporação nesta terça-feira (18), porque ele já é réu por organização criminosa na ação penal sobre a tentativa de golpe de Estado, que também abarca o uso da Abin para fins ilícitos.
Segundo a PF, o ex-presidente foi o principal beneficiário do monitoramento clandestino de autoridades e jornalistas, realizado por meio de um esquema apelidado de "Abin paralela". A decisão de não incluí-lo entre os indiciados neste inquérito foi tomada pelo delegado Daniel Brasil, responsável pela investigação, para evitar duplicidade de acusações em processos correlatos.
O relatório final entregue ao Supremo Tribunal Federal detalha a atuação da suposta rede de espionagem, que teria sido usada para atacar o Estado Democrático de Direito, deslegitimar o sistema eleitoral e enfraquecer instituições públicas. A PF aguarda agora um posicionamento da Procuradoria-Geral da República e do STF sobre a possível responsabilização formal de Bolsonaro também neste caso.
Além de Bolsonaro, a investigação identificou a participação de seu filho, o vereador Carlos Bolsonaro, e do deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor da Abin. Os dois foram indiciados por envolvimento direto no esquema de espionagem, que utilizava tecnologias da agência para rastrear alvos considerados "inimigos" do governo anterior.
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