Abin Paralela: Relatório da PF deve indiciar ao menos 15 pessoas
Um relatório da Polícia Federal (PF), em fase de ajustes finais, deve apresentar ao menos 15 nomes indiciados em investigações sobre o uso ilegal de ferramentas de monitoramento pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin). As operações "última milha" e "vigilância aproximada", realizadas em 2023 e 2024, resultaram em apreensões de materiais e depoimentos que serão incluídos no documento. O relatório está previsto para ser enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) em março.
A investigação revelou a atuação da "Abin paralela", que monitorou servidores da Receita Federal, especialmente no caso do senador Flávio Bolsonaro. Apesar das menções a ele, Flávio não deverá ser indiciado. Um áudio divulgado em julho de 2024 mostrou discussões sobre como desviar investigações da Receita Federal sobre possíveis irregularidades no gabinete do senador, durante sua época como deputado estadual.
O delegado Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin, que hoje é deputado federal, é apontado como um dos responsáveis pela utilização clandestina da ferramenta FirstMile, que foi usada cerca de 30 mil vezes sem autorização judicial. O uso indevido do sistema incluiu a geolocalização de diversas pessoas, incluindo ministros do STF e jornalistas, gerando uma grande controvérsia sobre a atuação da Abin.
A situação levanta preocupações sobre a segurança e a ética na utilização de ferramentas de inteligência no Brasil, especialmente com as implicações políticas que a investigação pode acarretar. A expectativa é que o relatório da PF traga mais esclarecimentos sobre a dimensão do caso e as responsabilidades dos envolvidos.
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