A vez da direita
O Bolsa família continua sendo a menina dos olhos do presidente Lula, mas vem perdendo força como ativo eleitoral.
Em Manaus, mais de um quarto da população recebe o benefício, mas vem se afastando do populismo do atual governo.
A desilusão com Lula vem num crescendo que só é explicado pelo fato de que os mais pobres consideram o bolsa família um direito, independentemente de quem está no cargo. Pesa, entretanto, o valor dos alimentos - especialmente picanha, um sonho que não chegou às suas mesas, apesar das promessas do presidente Lula.
Mas esse contingente, que se soma a outros que festejavam "O Grande Pai Lula", como nunca foi de esquerda, também não é de direita. Nas eleições se torna franco atirador, apostando especialmente em quem defende "religião, pátria, família e liberdade" - o discurso do bolsonarismo que encanta os mais desavisados.
Parece muito claro que não é a direita que está crescendo, mas o descontentamento com o governo de esquerda, que essa mesma direita sabe muito bem cooptar.
ASSUNTOS: Bolsa Família, bolsonarismo, direita, Esquerda, Lula

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.