Nada é perfeito no jornalismo. Cometemos erros, somos desatentos, pretensiosos. Nada mais saudável do que ter alguém para apontar essas falhas. E o ombudsman, que no caso do Portal do Holanda é  função exercida pela jornalista Elizabeth Menezes, vem coroar esse compromisso do PH com seus leitores. Beth, como é carinhosamente chamada, tem ampla liberdade para fazer críticas internas e solicitar correções.  Mas a publicação de matéria sobre a criação de 80 cargos comissionados no Tribunal de Contas - texto estranhamente publicado apenas pelo Portal, apesar de seu interesse público, chamou a atenção da jornalista, que dirigiu a este colunista a seguinte pergunta: 

“Seria uma revanche, uma vez que um dia antes o Portal derrubou no Supremo Tribunal Federal a censura imposta por um desembargador do Amazonas, que proibiu citar o nome da presidente do TCE? Para quem não leu a coluna da Ombudsman vou transcrever aqui minha resposta:

Beth, a matéria não passou pelo meu crivo, nem caberia qualquer intervenção da direção do portal. É informação sobre a decisão da presidente da Corte, de criar cargos comissionados. Não se faz juízo de valor. É factual.

A Redação tem plena liberdade de produzir notícias baseadas em fatos. No caso dos cargos, havia publicação no Diário Eletrônico do TCE. Nada de revanche. Não fazemos isso. O que sempre defendemos, com rigor, é o respeito à liberdade de expressão e opinião, uma garantia constitucional que vem sendo desrespeitada por aqueles que tinham a obrigação de resguardá-la: os magistrados.

Não nos cabe dizer como eles devem julgar questões relativas à liberdade de expressão, mas é nosso dever questionar decisões de censura prévia, pobres de fundamentação, redigidas com base em quem pede, na influência de quem pede, no desejo de quem pede, no poder de quem pede. Tem faltado ao judiciário imparcialidade.