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Professores atingidos no bolso


Por Raimundo de Holanda

30/05/2023 21h12 — em
Bastidores da Política



 

O Sindicato dos Professores esticou a corda com o governo ao não aceitar a proposta de reajuste salarial de 14%, em duas etapas. Dos cerca de 22 mil professores, apenas 5 mil estão nas ruas empunhando cartazes e participando das assembleias do sindicato. Outro número maior, em torno de 8 mil, embora “apoiando o movimento”, preferiu ficar em casa. Um terceiro grupo  é contra a greve, mas sofre pressão para não entrar em sala de aula. 

O governo resolveu mirar o ponto mais sensível dos professores: o contracheque, que chegou com os descontos dos  dias parados.

O impacto foi grande. Se de um lado provocou críticas ao governo, de outro  minou a liderança do Sinteam e rachou literalmente o movimento.

A audiência de  conciliação marcada pela desembargadora Socorro Guedes, que penalizou o Sinteam com multa de R$ 250 mil, pode resultar em um acordo no qual o maior perdedor será o sindicato, como entidade representativa de uma categoria com peso e poder de mobilizar a opinião pública sem a necessidade de greve - um  instrumento de pressão ultrapassado.

Mas há  outros perdedores: os estudantes, que mais uma vez terão o calendário escolar alterado, com a reposição de aulas invadindo o período de férias;  os pais, que tinham projetos para os filhos;  o Estado, que será obrigado a gastar mais; o contribuinte, que mais uma vez será chamado a pagar essa conta.

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ASSUNTOS: Amazonas, greve dos professores, Manaus, Sinteam

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.