Faz calor em Manaus e o furto de energia cresce. Mas também há roubo…
A Amazonas Energia dispõe de um canal para a denúncia de furto. É o número 080007013001. Uma central telefônica quase muda. Na cidade ou não há furto de energia ou todos compartillham de uma cumplicidade que no verão faz bem, dá um sentido real de comunidade, de solidariedade. Mas esse é um “valor” moral ou imoral criminoso, que dá cadeia. Um a quatro anos de reclusão. É um risco que muitos correm, por desinformação ou necessidade. Afinal, quem suporta uma temperatura de 35 graus sem recorrer a um ar-condicionado?
O problema é que desviar energia é ilegal, não compensa o calor de uma cela de delegacia, onde a temperatura pode chegar a 45 graus, fora as lapadas do carcereiro…
Mas se a energia é um bem essencial, como explicar seu alto custo, as taxas e impostos que incidem sobre a conta de luz?
A questão é que leis, decretos e resoluções que regulamentam as tarifas de serviços essenciais como água e luz saem do Legislativo (do deputado ou senador que você elege), são regulamentadas pelo Executivo (o presidente e o governador nos quais você votou) e pelas agências reguladoras, sem que você seja ouvido.
Você culpa a empresa concessionária pelo alto custo da energia. Com razão. Mas na outra ponta tem o Poder Público - aqueles agentes dos quais falamos no parágrafo anterior - turbinando os preços e fazendo você pagar outras contas - a deles e os desvios que muitas vezes você ouviu falar. É também uma forma de assalto ao seu bolso. E você nem se dá conta ao pagar a conta de luz, a tarifa de água e outros serviços que não são exatamente públicos - no sentido de ação de governo - porque quem banca é você.
Olha, isso não vai mudar tão cedo. Você sempre vai pagar a sua conta e a dos outros - a deles. Mas está se abrindo uma janela para mudar tudo isso: a eleição de outubro.
Uma das pautas que você deve impor aos candidatos é zerar os impostos e taxas incidentes sobre a conta de energia. Ou não vote em ninguém. Seu voto tem um valor imenso. Use-o para mudar esse cenário no qual você é sempre a grande vitima. Os vilões você conhece…
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.