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Disputa pelo poder no AM potencializa crise na segurança


Por Raimundo de Holanda

11/01/2017 20h40 — em
Bastidores da Política



A tentativa de relacionar o governador José Melo ao crime organizado, com base em gravações de um criminoso no auge da disputa  eleitoral, onde  se criava fartamente factoides - é esquecer a quem a gravação beneficiava e a que se prestava naquele momento.

A “prova” ou o áudio pode ser usado contra o outro candidato que claramente se beneficiou, inclusive explorando eleitoralmente essa mídia.

A questão agora é  esclarecer como ele teve acesso. Quem fez a gravação. Se houve montagem, teatro para comprometer o governador. Quais são os atores que atuaram nos bastidores dessa comédia.

Esse assunto poderia ter morrido, mas é usado agora para fazer terrorismo político, desestabilizar o governo, potencializar a crise da segurança, estabelecer o caos.

Quem está fazendo isso não gosta do Amazonas, não quer a paz, não deseja a segurança. Só pensa em si mesmo. (RH)

GUERRA POR COMISSÕES

Cochilou o cachimbo cai. É assim que os deputados estaduais vivem o recesso de janeiro na Assembleia Legislativa. Alguns estão viajando, mas a maioria trava uma violenta guerra de bastidores pelo comando de comissões técnicas consideradas estratégicas.

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Eleito presidente da Casa para o biênio 2017/2018, o deputado David Almeida (PSD) tenta conciliar as coisas, mas está tendo sérias dores de cabeça tanto com parlamentares da base governista como da oposição.

PMs EM EXCESSO

Velho crítico do excesso de policiais militares dentro da estrutura dos órgãos públicos do Estado, o deputado Sidney Leite (Pros) afirma que o governo faria um bem à segurança pública deslocando esses policiais ociosos para ajudarem na guarda das unidades prisionais da cidade de Manaus.

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A posição de Sidney vem de encontro à presença de 100 membros da Força Nacional no Estado e num momento em que o secretário Sérgio Fontes realiza a realocação de policiais que servem a vários órgãos dentre os quais o TJAM, Ministério Público e Aleam.

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O objetivo é fortalecer a segurança pública nas quatro zonas da cidade com a inserção de mais 300 homens. Só na Aleam há 70 policiais ociosos.

A VEDETE NO EPICENTRO

O juiz de Execuções Penais, Luís Carlos Valois, tomou conta das manchetes da imprensa nacional.

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Ontem ele despontou em entrevista ao jornal Valor Econômico e confirmou sua proximidade com os presos do sistema penitenciário do Estado. Sua intimidade com os detentos já resultou até em jogo de bola, assim como o levou a doar livros para a biblioteca do Compaj.

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Na entrevista, Valois fala de seus exercícios de judô e sessões de terapia com os detentos, e em nenhum momento demonstrou preocupação com o fato de ser alvo de investigação por parte do Superior Tribunal de Justiça (STJ) em função da Operação "La Muralla", da Polícia Federal. Ele descarta qualquer ligação com a facção criminosa Família do Norte (FDN).

 

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ASSUNTOS: Eduardo Braga, fdn, massacre

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.