Plínio Valério critica trecho do PL das cotas e diz que "pardos não são negros"; entenda
Manaus/AM - O senador do Amazonas, Plínio Valério (PSDB), criticou nesta quarta-feira (17) trechos da versão final do PL das cotas que fixa em 30% a reserva de vagas para negros, indígenas e quilombolas em concursos públicos. Segundo o senador, os pardos do Brasil não aceitam ser declarados negros.
Plínio contestou a definição de "pessoa negra" feita pelo relator do PL no Senado Federal, Humberto Costa (PT-PE). De acordo com o relator, a expressão pode ser definida como "aquela que se autodeclarar preta ou parda conforme o quesito cor ou raça utilizado pela fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE".
Com isso, o senador sugeriu diferenciar negros de pardos, apresentando uma emenda ao PL para definir negro "aquela que se autodeclara preta" e "pessoa mestiça" como "aquela que se autodeclara parda".
“O problema todo está resumindo, para mim, para que haja um acordo, o senador Humberto substituiu o Artigo 2º do Projeto do senador Paim e o hoje o substituto diz o seguinte: para fins do disposto nesta lei considera a pessoa negra aquela que autodeclarar-se negra ou parda. Os pardos do Brasil não aceitam ser declarados negros. Sem nenhum preconceito. É porque eles não são negros”, afirmou Plínio.
Ele ainda destacou que os pardos têm sido barrados em comissões de heteroidentificação porque não têm "característica negra".
“O que está acontecendo? Você engloba o pardo, mestiço como negro. Mas quando ele vai para a comissão, que ele se declara negro, ele é um imposto. Porque ele não tem característica negra. Então, ele passa a ser réu, mentiroso, impostor”, afirmou Plínio Valério.
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