Manaus/AM- A primeira-dama Janja esteve na Universidade Federal do Amazonas (Ufam) nesta quarta-feira (20) para um encontro com pesquisadores e líderes da sociedade civil. Na ocasião, ela recebeu uma carta com propostas para a COP30, que acontecerá em Belém, e defendeu um papel mais ativo para a ciência e as mulheres na agenda climática.

O documento, entregue por mais de 70 instituições e centros de pesquisa, destaca a necessidade de investimentos em ciência, tecnologia e inovação para a Amazônia. Em seu discurso, Janja ressaltou que a presença das mulheres nas mesas de negociação é fundamental, criticando o fato de elas ocuparem apenas 20% das cadeiras. “Enquanto não tivermos mulheres sentadas de forma igual nas mesas de negociação, as soluções não vão aparecer”, afirmou.

Janja também defendeu que a academia e a ciência precisam usar uma linguagem mais acessível para dialogar com a população. “Precisamos falar de uma forma que a população entenda. A academia é fundamental, mas deve caminhar junto com os saberes tradicionais e com as necessidades concretas dos povos da floresta”, disse a primeira-dama.

Durante o evento, Janja anunciou que irá entregar pessoalmente a "Carta das Mulheres para a COP30" aos líderes internacionais em Belém, uma ação semelhante à que realizou no G20. "Se me perguntarem o que estou fazendo sentada lá, responderei: estou levando a voz das mulheres que não podem estar", declarou.

A primeira-dama celebrou o lançamento do Instituto Federal Flutuante, uma iniciativa que levará formação técnica para comunidades ribeirinhas. Ela também propôs que programas de saúde, como exames de alta complexidade para mulheres, sejam adaptados para barcos-escola e unidades móveis na região amazônica.

Em um momento de emoção, Janja prestou solidariedade às famílias de Manaus que perderam entes queridos durante a pandemia de COVID-19. “Manaus talvez seja a cidade mais simbólica da Covid. Eu quero expressar minha solidariedade às famílias que sofreram com a falta de oxigênio e com o negacionismo. Espero que isso nunca mais se repita. A ciência precisa ser o nosso norte”, disse.

O encontro na Ufam consolidou em um relatório de 400 páginas as propostas de pesquisa e desenvolvimento para a COP30, com foco em áreas como energia, agricultura sustentável, cidades resilientes e biodiversidade.