Dois municípios amazonenses lideram desmatamento recorde na Amazônia
Pelo quarto mês consecutivo, o Estado do Amazonas é o segundo no ranking de desmatamento na Amazônia e dois municípios amazonenses, Lábrea e Boca do Acre, aparecem na primeira e segunda colocações. Ambas somaram 185 km² de destruição da floresta em agosto, uma área maior do que a cidade de Aracaju (SE).
Desde o ano de 2012, agosto é o quinto mês do ano que registra os piores índices de desmatamento, seguindo a tendência já verificada nos meses de março, abril, maio e julho.
A informação é do Sistema de Alertas de Desmatamento (SAD) do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon).
De acordo com os dados do instituto, o índice de desmatamento na Amazônia alcançou 7.715 km² no período de janeiro e agosto de 2021, equivalente a cinco vezes o tamanho da cidade de São Paulo.
O Estado do Pará é o primeiro do ranking. Foram 638 km² derrubados apenas em agosto, área, equivalente à cidade de Florianópolis (SC), representa 40% de toda devastação na Amazônia Legal no período. Mas quando a análise vai para os municípios, os dois amazonenses se destacam.
Para o pesquisador do Imazon, Antônio Fonseca, o fato dos dois municípios estarem no topo do ranking dos que mais desmataram é reflexo da intensificação do avanço da fronteira do desmatamento no sul do estado.
Somente no mês de agosto nessa área, o desmatamento chegou a 1.606 km², uma área equivalente a cinco vezes do tamanho de Belo Horizonte (MG), calcula o instituto.
Fonseca afirma que os números mostram a ineficácia das medidas que estão sendo tomadas pelo governo para conter o desmatamento. Para ele, é necessário entrar com medidas urgentes e efetivas se o governo quiser evitar que o ano feche com a maior área desmatada da década.
O pesquisador sugere medidas como aumentar o embargo de terras já desmatadas ilegalmente e intensificar operações de fiscalização, com a devida punição dos autores dos desmatamentos.
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