Casos de sífilis crescem entre adolescentes e adultos jovens em Manaus
Manaus/AM - A Prefeitura de Manaus, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), divulgou que a capital registrou 2.479 casos de sífilis adquirida em 2025. A maior incidência ocorreu entre pessoas de 20 a 39 anos, representando 63,7% dos casos, seguida pelos grupos de 40 a 59 anos (22,4%), 10 a 19 anos (8,6%) e acima de 60 anos (5,2%). Entre janeiro e 10 de outubro, 1.287 casos foram notificados em pessoas de 15 a 29 anos, faixa etária considerada mais vulnerável.
Segundo a enfermeira Ylara Enmily Costa, técnica do Núcleo de Controle de HIV/Aids, IST e Hepatites Virais da Semsa, o crescimento nos casos entre jovens está associado à baixa adesão ao uso de preservativos, início precoce da vida sexual, múltiplos parceiros e uso de álcool e outras substâncias. Dados de 2019 do Ministério da Saúde apontam que 60% dos adolescentes e jovens adultos não utilizavam preservativo em nenhuma relação sexual.
A Prefeitura alerta também para a importância do diagnóstico em idosos. Ylara Costa ressalta que muitas pessoas acima de 60 anos não realizam testes rápidos por se acreditar que não têm vida sexual ativa, embora a infecção ainda possa ocorrer nessa faixa etária. Além disso, em 2025, foram registrados 1.637 casos de sífilis em gestantes e 222 casos de sífilis congênita, transmitida da mãe para o bebê.
Para reforçar a prevenção, a Semsa realiza a campanha “Outubro Verde”, com testagem rápida disponível em todas as unidades de saúde, distribuição de preservativos e acompanhamento das gestantes durante o pré-natal. A diretora da Dvae/Semsa, Marinélia Ferreira, destaca que a sífilis congênita pode causar aborto, parto prematuro, malformações, cegueira, surdez e até óbito do bebê, tornando essencial a detecção precoce e o tratamento gratuito disponibilizado pela rede municipal.
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